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Israel presta homenagem ao seu polêmico herói Ariel Sharon

Israel prestava uma homenagem solene ao seu ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, que faleceu no sábado, aos 85 anos

Guarda de honra ao lado do caixão de Ariel Sharon: ex-primeiro-ministro de Israel foi considerado herói por uns e criminoso de guerra por outros (Gali Tibbon/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2014 às 09h11.

Jerusalém - Israel prestava nesta segunda-feira uma homenagem solene ao seu ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, destacando a incansável dedicação ao Estado hebreu de um de seus líderes políticos e militares mais capazes e controversos.

Sharon faleceu no sábado, aos 85 anos, depois de ter passado oito em coma devido a um derrame cerebral que o atingiu no ápice de uma longa carreira durante a qual foi considerado herói por uns e criminoso de guerra por outros.

Durante uma cerimônia diante do Knesset (Parlamento Unicameral) em Jerusalém, o presidente Shimon Peres e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prestaram uma emotiva homenagem ao "combatente", elogiado principalmente por seu papel durante a Guerra do Yom Kipur de outubro de 1973 e por sua "guerra contra o terrorismo".

Netanyahu se comprometeu a "defender firmemente os princípios" do general Sharon em relação à segurança de Israel. "O Estado de Israel seguirá todos os caminhos possíveis para impedir que o Irã fabrique a arma nuclear", reiterou o chefe de Governo.

Sharon "foi o ombro no qual se apoiava a segurança do país", declarou Peres de pé na praça do Knesset, onde o caixão de Sharon, coberto pela bandeira de Israel, estava sobre um pedestal de mármore negro. "Nunca descansou no serviço de seu povo, enquanto defendia sua terra e a fazia florescer", acrescentou.

A cerimônia oficial contou com a presença da família, dos dois filhos e dos dois netos do falecido, assim como de personalidades israelenses e estrangeiras e militares.

O vice-presidente americano, Joe Biden, lembrou Sharon como "um homem poderoso". "Era indomável", afirmou, elogiando sua valentia política ao levar adiante a retirada israelense da Faixa de Gaza em 2005.

"O primeiro-ministro Sharon era um homem complexo (...) que viveu em uma época complexa em uma vizinhança complexa", explicou Biden.

Sharon, considerado um nacionalista inflexível ligado à desastrosa invasão do Líbano em 1982, quando era ministro da Defesa, surpreendeu como primeiro-ministro ao ordenar em 2005 a retirada israelense da Faixa de Gaza, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias (em 1967).


Durante muito tempo foi considerado um pária político por sua responsabilidade pessoal indireta nos massacres de centenas de palestinos pelos falangistas cristãos libaneses, aliados de Israel, nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, em Beirute, em 1982.

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair lembrou Sharon como um indivíduo apaixonado por seu país. "Duro, mas tímido, indomável, mas um servo de seu povo", declarou Blair. "Foi um gigante em sua terra", sustentou.

O general Sharon, apelidado de "o buldôzer", "deixou em seu caminho danos consideráveis, mas seu objetivo e sua motivação sempre eram claros", acrescentou Blair, que atualmente é o emissário do Quarteto para o Oriente Médio, formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU.

Junto a Blair, que utilizava um quipá preto, se encontrava o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, atualmente de visita oficial.

A cerimônia começou com as orações judaicas para os mortos pronunciadas por um capelão militar e por um cantor do exército.

O general Sharon será enterrado nesta segunda-feira às 14h00 locais (11h00 de Brasília) com honras militares em sua fazenda no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

Esta era sua vontade: ser enterrado junto a sua segunda esposa Lily. Seus dois filhos, Gilad e Omri, assim como o chefe de Estado-Maior, Benny Gantz, pronunciarão os elogios fúnebres.

Levando-se em conta a proximidade de Gaza, governada pelo movimento islamita palestino Hamas, o exército, os serviços de segurança e a polícia enviaram reforços à zona e elevaram seu nível de alerta por medo de disparos de foguetes.

Cerca de 20.000 israelenses de todas as classes sociais passaram no domingo diante de seu caixão exposto em frente ao Parlamento. Muitos lembraram o carisma e a bravura do décimo primeiro chefe de Governo do Estado hebreu.

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Jerusalém - Israel prestava nesta segunda-feira uma homenagem solene ao seu ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, destacando a incansável dedicação ao Estado hebreu de um de seus líderes políticos e militares mais capazes e controversos.

Sharon faleceu no sábado, aos 85 anos, depois de ter passado oito em coma devido a um derrame cerebral que o atingiu no ápice de uma longa carreira durante a qual foi considerado herói por uns e criminoso de guerra por outros.

Durante uma cerimônia diante do Knesset (Parlamento Unicameral) em Jerusalém, o presidente Shimon Peres e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prestaram uma emotiva homenagem ao "combatente", elogiado principalmente por seu papel durante a Guerra do Yom Kipur de outubro de 1973 e por sua "guerra contra o terrorismo".

Netanyahu se comprometeu a "defender firmemente os princípios" do general Sharon em relação à segurança de Israel. "O Estado de Israel seguirá todos os caminhos possíveis para impedir que o Irã fabrique a arma nuclear", reiterou o chefe de Governo.

Sharon "foi o ombro no qual se apoiava a segurança do país", declarou Peres de pé na praça do Knesset, onde o caixão de Sharon, coberto pela bandeira de Israel, estava sobre um pedestal de mármore negro. "Nunca descansou no serviço de seu povo, enquanto defendia sua terra e a fazia florescer", acrescentou.

A cerimônia oficial contou com a presença da família, dos dois filhos e dos dois netos do falecido, assim como de personalidades israelenses e estrangeiras e militares.

O vice-presidente americano, Joe Biden, lembrou Sharon como "um homem poderoso". "Era indomável", afirmou, elogiando sua valentia política ao levar adiante a retirada israelense da Faixa de Gaza em 2005.

"O primeiro-ministro Sharon era um homem complexo (...) que viveu em uma época complexa em uma vizinhança complexa", explicou Biden.

Sharon, considerado um nacionalista inflexível ligado à desastrosa invasão do Líbano em 1982, quando era ministro da Defesa, surpreendeu como primeiro-ministro ao ordenar em 2005 a retirada israelense da Faixa de Gaza, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias (em 1967).


Durante muito tempo foi considerado um pária político por sua responsabilidade pessoal indireta nos massacres de centenas de palestinos pelos falangistas cristãos libaneses, aliados de Israel, nos campos de refugiados de Sabra e Chatila, em Beirute, em 1982.

O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair lembrou Sharon como um indivíduo apaixonado por seu país. "Duro, mas tímido, indomável, mas um servo de seu povo", declarou Blair. "Foi um gigante em sua terra", sustentou.

O general Sharon, apelidado de "o buldôzer", "deixou em seu caminho danos consideráveis, mas seu objetivo e sua motivação sempre eram claros", acrescentou Blair, que atualmente é o emissário do Quarteto para o Oriente Médio, formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU.

Junto a Blair, que utilizava um quipá preto, se encontrava o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, atualmente de visita oficial.

A cerimônia começou com as orações judaicas para os mortos pronunciadas por um capelão militar e por um cantor do exército.

O general Sharon será enterrado nesta segunda-feira às 14h00 locais (11h00 de Brasília) com honras militares em sua fazenda no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

Esta era sua vontade: ser enterrado junto a sua segunda esposa Lily. Seus dois filhos, Gilad e Omri, assim como o chefe de Estado-Maior, Benny Gantz, pronunciarão os elogios fúnebres.

Levando-se em conta a proximidade de Gaza, governada pelo movimento islamita palestino Hamas, o exército, os serviços de segurança e a polícia enviaram reforços à zona e elevaram seu nível de alerta por medo de disparos de foguetes.

Cerca de 20.000 israelenses de todas as classes sociais passaram no domingo diante de seu caixão exposto em frente ao Parlamento. Muitos lembraram o carisma e a bravura do décimo primeiro chefe de Governo do Estado hebreu.

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