Israel estimula países europeus a mudarem embaixada a Jerusalém
O premiê israelense frisou ainda que "durante três mil anos Jerusalém foi a capital do povo judeu, desde os tempos do rei Davi"
EFE
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 08h21.
Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 08h22.
Bruxelas - O primeiro-ministro israelense , Benjamin Netanyahu, sugeriu nesta segunda-feira aos países da União Europeia (UE) que transfiram suas embaixadas de Tel Aviv para Jerusalém , como anunciaram os Estados Unidos, reconhecendo essa cidade como capital do Estado de Israel.
"Acredito que todos ou a maior parte dos países europeus transferirão suas embaixadas para Jerusalém, reconhecerão que é a capital de Israel e se envolverão de forma robusta conosco em matéria de segurança, prosperidade e paz", destacou Netanyahu em um pronunciamento à imprensa junto com a alta representante da UE para Política Externa, Federica Mogherini.
"Embora ainda não tenhamos um acordo, acredito que isto é o que acontecerá no futuro", previu.
Netanyahu pediu também que se espere para conhecer a futura proposta do governo americano para a paz no Oriente Médio.
"Acredito que deveríamos dar uma oportunidade à paz, ver o que se apresenta e ver se podemos avançar na paz", comentou, para depois ressaltar que esta paz deve "começar por um lugar: reconhecer o Estado judeu (...) Os palestinos devem reconhecê-lo, e o fato de que Jerusalém é a sua capital".
O primeiro-ministro israelense garantiu ainda que seu país "estendeu sua mão à paz com seus vizinhos palestinos durante cem anos".
"Fomos atacados constantemente, não por um ou outro pedaço de território, mas por qualquer território que fosse um Estado, uma nação-estado para o povo judeu", opinou.
"Em qualquer fronteira, isto foi rejeitado pelos nossos vizinhos. E isto é o que levou ao conflito e o que o continua", disse Netanyahu, em referência à "negação contínua dos palestinos ao direito de Israel de existir como um Estado judeu, e a negação da nossa história".
O premiê israelense também frisou que "durante três mil anos Jerusalém foi a capital do povo judeu, desde os tempos do rei Davi", e que, mesmo quando os judeus viviam nos guetos europeus, "nunca perderam sua conexão" com a Cidade Santa.
Concretamente, Netanyahu lamentou que a ONU e a Unesco "neguem essa conexão" e "a verdade histórica de que Jerusalém foi a capital de Israel durante os últimos 70 anos".
"O que o presidente Trump fez é pôr claramente os fatos sobre a mesa. A paz se baseia na realidade, em reconhecer a realidade. E acho que o fato de que Jerusalém é a capital de Israel é claramente evidente para todos os que visitam Israel", considerou.
Para Netanyahu, esta questão "não impede a paz", senão que "torna a paz possível, porque reconhecer a realidade é a substância, a base da paz".
Por sua parte, a União Europeia sustenta que se deve buscar uma solução negociada à crise no Oriente Médio com a convivência de dois Estados, o israelense e o palestino, e que Jerusalém deve ser capital de ambos a fim de satisfazer as aspirações das duas partes.