Israel está em alerta máximo por causa de festas sagradas
Ministérios colocaram Israel em alerta máximo pela coincidência de festas sagradas judia e muçulmana
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2014 às 14h57.
Jerusalém - Os ministérios de Defesa e de Interior colocaram Israel em estado de alerta máximo pela coincidência neste fim de semana do Yom Kippur (Dia do Perdão), a data mais sagrada do calendário judeu, e do Aid al-Adha (Festa do Sacrifício), uma das mais importantes para os muçulmanos .
Soldados da Guarda Fronteiriça e equipes anti-distúrbios foram enviadas aos principais pontos de conflito em Jerusalém e em outras cidades mistas, e a passagem através dos postos de controle entre Israel, Cisjordânia e Gaza foi fechada ontem à noite e permanecerá assim até a noite de sábado.
Este toque de recolher, ordenado pelo Ministério da Defesa, só poderá ser quebrado por razões humanitárias e em prévia coordenação com o exército.
No Yom Kippur, que começa nesta sexta-feira ao anoitecer, os judeus expiam os pecados com um jejum de 24 horas que paralisa o país, e tudo deixa de funcionar, de aeroportos até as redes de televisão.
Os muçulmanos realizam a partir de amanhã a "festa do cordeiro", quando milhares destes animais são sacrificados em lembrança ao sacrifício que, segundo a Bíblia, a Torá e o Corão, Deus pediu a Abraão.
"Durante estas semanas coordenamos ações para evitar uma possível explosão da violência, mas mesmo assim enviamos soldados extras de segurança, mas também equipes para hospitais e nos serviços de socorro", explicou a Yossi Bashar, chefe da unidade de operações da polícia.
Segundo ele não há nenhuma informação que tenha mostrado a necessidade de coibir algum tipo de ação.
"Optamos por esta magnitude para manter a paz e permitir que cada pessoa que celebre sua respectiva festa. Os agentes estão distribuídos por todos os lados e estão preparados para combater qualquer contingência", acrescentou.
Um desdobramento especialmente visível está em Jerusalém, onde a tensão e a violência cresceram desde 30 de junho, quando foram encontrados os corpos dos estudantes judeus desparecidos há três semanas que pediam carona na estrada próxima a uma colônia.
Dois dias depois, radicais judeus ultranacionalistas sequestraram e queimaram vivo Mohamad Abu Jedeir, um adolescente palestino que vivia em Suafat, um dos bairros de Jerusalém Oriental, o que esquentou ainda mais os ânimos.
A decisão, divulgada esta semana por Israel, de construir novas colônias em um bairro de Jerusalém Oriental e da entrada de famílias de colonos em um grupo de edifícios de Silwa, bairro palestino da cidade santa, fez com que os temores de que a violência exploda se multiplicassem.
A tensão é maior em torno da esplanada das Mesquitas, cenário nas últimas semanas de atos de violência relacionados a visitas de políticos israelenses a este monte, o terceiro lugar mais sagrado do Islã.
Também foram tomadas medidas para controlar o tráfego, que será completamente interrompido nas ruas do país desde o início do Yom Kippur até que ele acabe na tarde-noite do sábado.
Em outras cidades mistas, como Akko, além de tais medidas foram tomadas iniciativas para tentar elevar o nível de diálogo entre judeus muçulmanos, circassianos e drusos, que também realizam o Aid.
Nas cidades mistas a circulação de veículos perto dos cemitérios muçulmanos será permitida.
Centenas de policiais se desdobraram entre a cidade árabe de Nazaré e o assentamento judaico vizinho de Nazaré Illit.
A Estrela de Davi Vermelha elevou também ao máximo seu estado de alerta, com um dispositivo especial para atender casos de pessoas que se sentirem mal por causa do jejum.