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Israel e palestinos cometeram possíveis crimes de guerra

Após a publicação do documento da ONU, Israel acusou o Conselho responsável pela produção do relatório de parcialidade, mas declarou que irá estudar o documento

Palestinos choram ao verem o resgate do corpo de uma criança de escombros após um ataque no sul da Faixa de Gaza (Said Jatib/AFP)
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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2015 às 11h52.

Israel e os grupos armados palestinos cometeram possíveis crimes de guerra durante o conflito em Gaza em 2014, aponta um relatório da ONU publicado nesta segunda-feira em Genebra.

A Comissão Independente de Investigação das Nações Unidas sobre o conflito de Gaza em 2014 reuniu "informações substanciais que colocam em evidência possíveis crimes de guerra cometidos por Israel e pelos grupos armados palestinos", assinala o texto encomendado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Após sua publicação, Israel acusou o Conselho responsável pela produção do relatório de parcialidade, mas declarou que irá estudar o documento.

A juíza americana Mary McGowan, que preside a comissão encarregada de realizar o informe, destacou que "a amplitude da destruição e do sofrimento humano em Gaza não tiveram precedentes e terão um impacto nas futuras gerações".

O relatório denuncia "a impunidade que prevalece em todos os níveis" no que diz respeito à ação das forças israelenses e convoca Israel a "mudar seu infeliz balanço" para perseguir os responsáveis pelo conflito que durou 51 dias entre julho e agosto de 2014.

Além disso, o documento lamenta que as autoridades palestinas tenham "fracassado sempre" em sua missão de levar à justiça aqueles que violam as leis internacionais.

Do lado palestino, 1.462 civis, um terço deles crianças, foram abatidos, enquanto do lado israelense 6 civis morreram e 1.600 ficaram feridos, segundo o relatório. Contando os combatentes, ocorreram 2.140 mortes do lado palestino e 73 entre os israelenses.

A comissão se declarou "preocupada pelo uso excessivo por Israel de armas letais em um importante raio" de impacto, e também denunciou o lançamento indiscriminado de milhares de foguetes por parte dos palestinos com o objetivo de "semear o terror" entre os civis israelenses.

Israel se opôs fortemente à decisão de pedir este informe e não permitiu que a comissão de investigação das Nações Unidas atuasse em terra, razão pela qual a Comissão reuniu seus testemunhos de ambos os lados por teleconferência ou telefone.

Em resposta à publicação do relatório, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que "Israel não comete crimes de guerra".

"Israel se defende contra uma organização terrorista que pede sua destruição e que realiza crimes de guerra", disse Netanyahu em um comunicado, se referindo ao movimento islamita Hamas, que governa na Faixa de Gaza.

O Hamas, por sua vez, saudou a condenação de Israel no documento da ONU.

"O Hamas saúda a condenação no relatório do ocupante sionista por seus crimes de guerra durante a última guerra travada contra Gaza", disse Fawzi Barhum, porta-voz do movimento.

O porta-voz das Relações Exteriores israelense, Emmanuel Nahshon, havia afirmado mais cedo que o relatório "foi dirigido por uma instituição notoriamente parcial (e) recebeu um mandato abertamente parcial".

Em sua declaração, Nahshon afirmou que a comissão de investigação "supunha que Israel era culpado desde o início" e citou o presidente inicial deste órgão, William Shabas, que precisou renunciar "devido a um flagrante conflito de interesses com as Nações Unidas".

O conflito de interesses ao qual ele se referia é relacionado com um assunto jurídico que Shabas havia dirigido em 2012 para a Organização de Libertação da Palestina (OLP), pelo qual foi retribuído com 1.300 dólares.

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Israel e os grupos armados palestinos cometeram possíveis crimes de guerra durante o conflito em Gaza em 2014, aponta um relatório da ONU publicado nesta segunda-feira em Genebra.

A Comissão Independente de Investigação das Nações Unidas sobre o conflito de Gaza em 2014 reuniu "informações substanciais que colocam em evidência possíveis crimes de guerra cometidos por Israel e pelos grupos armados palestinos", assinala o texto encomendado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Após sua publicação, Israel acusou o Conselho responsável pela produção do relatório de parcialidade, mas declarou que irá estudar o documento.

A juíza americana Mary McGowan, que preside a comissão encarregada de realizar o informe, destacou que "a amplitude da destruição e do sofrimento humano em Gaza não tiveram precedentes e terão um impacto nas futuras gerações".

O relatório denuncia "a impunidade que prevalece em todos os níveis" no que diz respeito à ação das forças israelenses e convoca Israel a "mudar seu infeliz balanço" para perseguir os responsáveis pelo conflito que durou 51 dias entre julho e agosto de 2014.

Além disso, o documento lamenta que as autoridades palestinas tenham "fracassado sempre" em sua missão de levar à justiça aqueles que violam as leis internacionais.

Do lado palestino, 1.462 civis, um terço deles crianças, foram abatidos, enquanto do lado israelense 6 civis morreram e 1.600 ficaram feridos, segundo o relatório. Contando os combatentes, ocorreram 2.140 mortes do lado palestino e 73 entre os israelenses.

A comissão se declarou "preocupada pelo uso excessivo por Israel de armas letais em um importante raio" de impacto, e também denunciou o lançamento indiscriminado de milhares de foguetes por parte dos palestinos com o objetivo de "semear o terror" entre os civis israelenses.

Israel se opôs fortemente à decisão de pedir este informe e não permitiu que a comissão de investigação das Nações Unidas atuasse em terra, razão pela qual a Comissão reuniu seus testemunhos de ambos os lados por teleconferência ou telefone.

Em resposta à publicação do relatório, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que "Israel não comete crimes de guerra".

"Israel se defende contra uma organização terrorista que pede sua destruição e que realiza crimes de guerra", disse Netanyahu em um comunicado, se referindo ao movimento islamita Hamas, que governa na Faixa de Gaza.

O Hamas, por sua vez, saudou a condenação de Israel no documento da ONU.

"O Hamas saúda a condenação no relatório do ocupante sionista por seus crimes de guerra durante a última guerra travada contra Gaza", disse Fawzi Barhum, porta-voz do movimento.

O porta-voz das Relações Exteriores israelense, Emmanuel Nahshon, havia afirmado mais cedo que o relatório "foi dirigido por uma instituição notoriamente parcial (e) recebeu um mandato abertamente parcial".

Em sua declaração, Nahshon afirmou que a comissão de investigação "supunha que Israel era culpado desde o início" e citou o presidente inicial deste órgão, William Shabas, que precisou renunciar "devido a um flagrante conflito de interesses com as Nações Unidas".

O conflito de interesses ao qual ele se referia é relacionado com um assunto jurídico que Shabas havia dirigido em 2012 para a Organização de Libertação da Palestina (OLP), pelo qual foi retribuído com 1.300 dólares.

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