Israel critica ONU pela resolução por trégua no conflito e diz que texto é 'perigoso'
Entre os principais pontos condenados pelo embaixador israelense estão a ausência de críticas ao Hamas e a suposta destituição do direito de defesa de Israel na guerra, pelo cessar-fogo
Agência de notícias
Publicado em 27 de outubro de 2023 às 18h18.
Última atualização em 27 de outubro de 2023 às 18h34.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, atacou países que foram favoráveis a resolução que pede cessar-fogo para apoio humanitário em Gaza,aprovada nesta sexta-feira na Assembleia Geral da ONU.
Logo após a votação, o representante criticou decisão de não condenar os ataques do grupo terrorista Hamas, com quem Israel vive confronto que se arrasta há 21 dias, e chamou o texto aprovado de "perigoso" e "ridículo". O documento aprovado, porém, tem caráter recomendativo, o que significa que não há obrigatoriedade em seguir os pontos acordados.
"Hoje é um dia que vai ser lembrado como infame. As Nações Unidas não têm um pingo de legitimidade e relevância. Essa organização foi fundada no contexto do Holocausto para prevenir atrocidades. Ainda assim, o espetáculo que vimos prova, sem sombra de dúvidas, que a ONU se comprometeu, não em prevenir, mas assegurar essas atrocidades", critica Erdan.
Detalhes do texto
Entre os principais pontos condenados pelo embaixador israelense na ONU estão a ausência de críticas ao Hamas na resolução aprovada e a suposta destituição do direito de defesa de Israel na guerra, pelo cessar-fogo. O texto passou no colegiado por 120 votos favoráveis ante 14 contrários e 45 abstenções.
"Essa resolução ridícula tem a audácia de pedir uma trégua. O objetivo desse cessar-fogo é que Israel deve deixar de se defender para que o Hamas possa atacar com tudo", afirma o embaixador israelense. "Hoje, a maioria da comunidade internacional mostrou que prefere apoiar a defesa de terroristas nazistas, ao invés do direito de autodefesa de Israel".
A discussão, que definiu uma trégua para que a ajuda humanitária possa entrar em Gaza, foi levada por países árabes à Assembleia Geral depois de uma série de impasses na votação de documentos apresentados no Conselho de Segurança, único órgão que apresenta proposta de caráter mandatório.