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Israel comemora Ano Novo judaico em meio à instabilidade

Israelenses comemoram, a partir desta quarta, o ano novo judaico em meio à instabilidade regional e com o olhar na Síria

Judeus em Jerusalém, durante ano novo judaico: jornada festiva termina na sexta-feira ao pôr do sol (Baz Ratner/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2013 às 10h00.

Jerusalém - Israel comemora a partir desta quarta-feira o ano novo judaico em meio à instabilidade regional e com o olhar na Síria , pois a possibilidade de um ataque dos Estados Unidos e uma consequente represália de Damasco mantém em alerta o sistema de defesa israelense.

A festividade, conhecida em hebraico como "Rosh Hashana", começa ao anoitecer, quando o povo judeu iniciará o ano de 5774, que mais uma vez coincide com uma situação de incerteza e calma contida, que geralmente costumam preceder os tambores da guerra.

A jornada festiva, na qual os judeus costumam degustar doces em grandes encontros familiares, termina na sexta-feira ao pôr do sol.

O adiamento de um eventual ataque americano em função da intenção do presidente americano, Barack Obama , de comparecer ao Congresso para obter apoio para uma intervenção militar limitada, parece ter relaxado nos últimos dias os ânimos entre a população israelense, pelo menos até que transcorra a festa de dois dias.

"Eu pessoalmente não sinto nenhuma ameaça. Me sinto seguro porque tudo o que está ocorrendo ao nosso ao redor não é assunto nosso", disse à Agência Efe Roland Kaidar, um terapeuta de 51 anos que emigrou da França para Jerusalém há duas décadas.

"Se existe alguma tensão é a que este tipo de festa provoca em muitas pessoas: quem convidar, que presentes comprar, o que preparar para jantar. Mas não a situação política", disse Kaidar.

Sensação que contrasta com a da semana passada, quando milhares de pessoas foram para centros de distribuição de máscaras antigás com medo do início de uma guerra.

Também existem os que estão acostumados a conviver com este tipo de situação desde a criação do Estado de Israel, em 1948, e que consideram o atual momento "como qualquer outro".

"Nós festejamos a festa como sempre. A vida continua. Os Estados Unidos devem atacar esse assassino que segue massacrando seu próprio povo e a guerra não chegará a nós porque temos um exército forte que nos defenderá. Não temos medo", afirmou Rachel Lev, uma aposentada que já viveu outros episódios similares em Jerusalém.


Após se saber que a ofensiva na Síria está em estado de espera, o exército israelense desmobilizou, por enquanto, os mil reservistas que tinham sido convocados na semana passada.

As forças armadas, no entanto, mantêm em alerta as baterias de seu escudo antimísseis desdobradas no norte do país e os planos de emergência são atualizados diariamente, de acordo com a informação dos serviços de inteligência e as ameaças procedentes de Damasco, Beirute e Teerã.

Em entrevista divulgada segunda-feira no jornal francês "Le Figaro", o presidente sírio, Bashar al-Assad , disse que um ataque americano no barril de pólvora do Oriente Médio provocará uma "guerra regional".

Diante deste tipo de advertência, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vem frisando nos últimos dias que as forças de segurança de seu país estão preparadas para qualquer contingência e aconselhou a população a viver normalmente.

"Os cidadãos israelenses devem saber que nossos inimigos têm boas razões para não testar nossa força. Eles sabem por que", disse no domingo perante os ministros de seu gabinete, a quem instruiu a não se referir à questão síria ou alguma decisão de Washington sobre o conflito.

Por enquanto, segundo revelou a imprensa local, o presidente Obama mantém Netanyahu a par de suas decisões, principalmente para coordenar posições e dar tempo de Israel se preparar para uma eventual intervenção no país vizinho, além de evitar críticas.

A Casa Branca também é a principal incentivadora do atual processo de paz entre israelenses e palestinos, que apesar do interesse despertado e dos múltiplos obstáculos continua sendo tocado com discrição, algo bastante incomum.

A festa do "Rosh Hashana" se caracteriza pela degustação de alimentos doces, maçã, romã e mel, e pelo som do toque do "shofar", um instrumento musical feito com couro de carneiro.

Outra dos costumes seguidos pelos mais devotos é ir para fontes de água como mares, rios ou mananciais para ler orações e lançar pedaços de pão para se desfazer simbolicamente de pecados do ano que se encerra.

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Jerusalém - Israel comemora a partir desta quarta-feira o ano novo judaico em meio à instabilidade regional e com o olhar na Síria , pois a possibilidade de um ataque dos Estados Unidos e uma consequente represália de Damasco mantém em alerta o sistema de defesa israelense.

A festividade, conhecida em hebraico como "Rosh Hashana", começa ao anoitecer, quando o povo judeu iniciará o ano de 5774, que mais uma vez coincide com uma situação de incerteza e calma contida, que geralmente costumam preceder os tambores da guerra.

A jornada festiva, na qual os judeus costumam degustar doces em grandes encontros familiares, termina na sexta-feira ao pôr do sol.

O adiamento de um eventual ataque americano em função da intenção do presidente americano, Barack Obama , de comparecer ao Congresso para obter apoio para uma intervenção militar limitada, parece ter relaxado nos últimos dias os ânimos entre a população israelense, pelo menos até que transcorra a festa de dois dias.

"Eu pessoalmente não sinto nenhuma ameaça. Me sinto seguro porque tudo o que está ocorrendo ao nosso ao redor não é assunto nosso", disse à Agência Efe Roland Kaidar, um terapeuta de 51 anos que emigrou da França para Jerusalém há duas décadas.

"Se existe alguma tensão é a que este tipo de festa provoca em muitas pessoas: quem convidar, que presentes comprar, o que preparar para jantar. Mas não a situação política", disse Kaidar.

Sensação que contrasta com a da semana passada, quando milhares de pessoas foram para centros de distribuição de máscaras antigás com medo do início de uma guerra.

Também existem os que estão acostumados a conviver com este tipo de situação desde a criação do Estado de Israel, em 1948, e que consideram o atual momento "como qualquer outro".

"Nós festejamos a festa como sempre. A vida continua. Os Estados Unidos devem atacar esse assassino que segue massacrando seu próprio povo e a guerra não chegará a nós porque temos um exército forte que nos defenderá. Não temos medo", afirmou Rachel Lev, uma aposentada que já viveu outros episódios similares em Jerusalém.


Após se saber que a ofensiva na Síria está em estado de espera, o exército israelense desmobilizou, por enquanto, os mil reservistas que tinham sido convocados na semana passada.

As forças armadas, no entanto, mantêm em alerta as baterias de seu escudo antimísseis desdobradas no norte do país e os planos de emergência são atualizados diariamente, de acordo com a informação dos serviços de inteligência e as ameaças procedentes de Damasco, Beirute e Teerã.

Em entrevista divulgada segunda-feira no jornal francês "Le Figaro", o presidente sírio, Bashar al-Assad , disse que um ataque americano no barril de pólvora do Oriente Médio provocará uma "guerra regional".

Diante deste tipo de advertência, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vem frisando nos últimos dias que as forças de segurança de seu país estão preparadas para qualquer contingência e aconselhou a população a viver normalmente.

"Os cidadãos israelenses devem saber que nossos inimigos têm boas razões para não testar nossa força. Eles sabem por que", disse no domingo perante os ministros de seu gabinete, a quem instruiu a não se referir à questão síria ou alguma decisão de Washington sobre o conflito.

Por enquanto, segundo revelou a imprensa local, o presidente Obama mantém Netanyahu a par de suas decisões, principalmente para coordenar posições e dar tempo de Israel se preparar para uma eventual intervenção no país vizinho, além de evitar críticas.

A Casa Branca também é a principal incentivadora do atual processo de paz entre israelenses e palestinos, que apesar do interesse despertado e dos múltiplos obstáculos continua sendo tocado com discrição, algo bastante incomum.

A festa do "Rosh Hashana" se caracteriza pela degustação de alimentos doces, maçã, romã e mel, e pelo som do toque do "shofar", um instrumento musical feito com couro de carneiro.

Outra dos costumes seguidos pelos mais devotos é ir para fontes de água como mares, rios ou mananciais para ler orações e lançar pedaços de pão para se desfazer simbolicamente de pecados do ano que se encerra.

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