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Índia terá 100 milhões de doses de vacina da AstraZeneca em dezembro

Se os testes mostrarem que a candidata da AstraZeneca é eficaz contra o coronavírus, o governo indiano pode dar autorização emergencial de produção

(Dado Ruvic/Reuters)
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Bloomberg

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 17h40.

Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 18h23.

O Serum Institute da Índia acelera a produção da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca com o objetivo de alcançar 100 milhões de doses até dezembro, quando poderia começar a campanha de vacinação no país.

Se os dados do ensaio de estágio final mostrarem que a candidata da AstraZeneca oferece proteção eficaz contra o coronavírus, o Serum Institute — maior fabricante global de vacinas em volume e que tem parceria para produzir pelo menos 1 bilhão de doses — pode obter autorização emergencial do governo de Nova Déli até dezembro, disse Adar Poonawalla, diretor-presidente da empresa de controle familiar com sede na cidade de Pune, no oeste do país.

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Esse volume inicial será destinado à Índia, disse Poonawalla em entrevista na quinta-feira, 12. A aprovação total no início do próximo ano permitirá a distribuição em uma base 50-50 entre o país do sul da Ásia e a Covax, iniciativa apoiada pela Organização Mundial da Saúde que está comprando vacinas para nações pobres. O Serum, que se associou a cinco desenvolvedores, fabricou 40 milhões de doses da vacina da AstraZeneca nos últimos dois meses e pretende iniciar a fabricação dacandidatada Novavax em breve.

“Estávamos um pouco preocupados se seria um grande risco”, disse Poonawalla, de 39 anos. Mas as vacinas da AstraZeneca e da Novavax “parecem muito boas”.

A pressa reforça a confiança de Poonawalla em uma das principais candidatas na corrida das vacinas. O CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse que a empresa sepreparapara a possibilidade de vacinações em grande escala já em dezembro e, assim que o Reino Unido conceder a licença de emergencial, o Serum enviará os mesmos dados às contrapartes indianas.

As farmacêuticas começam a obter dados que mostrarão como suas potenciais vacinas funcionam, mas ainda existem muitos obstáculos nos estágios finais. A AstraZeneca e a Universidade de Oxford, parceira no projeto, ainda precisam obter resultados dos testes. E, mesmo que as vacinas se mostrem eficazes e recebam aprovação dos reguladores, há dúvidas sobre a facilidade e a rapidez com que podem ser distribuídas.

Poonawalla reiterou que o prazo para vacinar o mundo inteiro é 2024 e de dois anos para ver uma redução real dos casos, devido à acessibilidade e aos obstáculos de fabricação.

Depois de conversas com o governo, Poonawalla disse estar confiante em seus planos para fornecer as vacinas iniciais a trabalhadores vulneráveis e da linha de frente. O desafio será distribuir a vacina para a população de 1,3 bilhão da Índia, especialmente no interior, onde campanhas anteriores de vacinação tiveram dificuldades devido a redes de saúde escassas.

Ele disse que a AstraZeneca tem uma vantagem significativa sobre a vacina da Pfizer e da BioNTech, que nesta semana dominou as manchetes depois de indicar mais de 90% de eficácia ao impedir infecções por covid-19. Uma cara infraestrutura da cadeia de frio é necessária para transportar e armazenar a vacina a -70 graus Celsius.

Poonawalla disse que seria “simplesmente impossível” para a maior parte do mundo usá-la em grande escala, em comparação com vacinas que sua empresa produzirá e que podem ser armazenadas em temperaturas de geladeira.

“Acho que nem 90% dos países conseguirão usá-la, porque você simplesmente não tem freezers em todos os lugares”, disse sobre a vacina da Pfizer. “Em uma pandemia, lembre-se sempre que a simplicidade é chave.”

Para a Índia, que enfrenta o segundo maior surto de covid do mundo, as negociações com o Serum Institute sobre o preço da vacina serão fundamentais para os esforços do país no combate à pandemia.

O governo indiano reservou cerca de500 bilhões de rupias(6,7 bilhões de dólares) para vacinas, disseram pessoas com conhecimento do assunto no mês passado. No entanto, em setembro, Poonawalla argumentou que a Índia precisaria de800 bilhões de rupias. Poonawalla não quis entrar em detalhes.

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