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Índia detém 5 ativistas por suposto plano para matar primeiro-ministro

O poeta e escritor, simpatizante do movimento maoísta indiano, e alguns colegas estavam pensando em matar Modi durante um dos seus comícios

Narendra Modi: durante as últimas décadas, o movimento maoísta causou cerca de 12 mil mortes no país (Chris Jackson/Getty Images)
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EFE

Publicado em 28 de agosto de 2018 às 16h15.

Nova Délhi - A polícia da Índia prendeu nesta terça-feira o proeminente poeta e escritor simpatizante do movimento maoísta indiano, Varavara Rao, em Hyderabad, no sul do país, e pelo menos outros quatro ativistas em diferentes partes do território, que supostamente faziam parte de uma trama para assassinar o primeiro-ministro, Narendra Modi.

Uma fonte policial consultada pela Agência Efe, que preferiu o anonimato, explicou que uma equipe das forças policiais da cidade de Pune deteve Rao em sua residência seguindo "todos os procedimentos" de rotina.

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A detenção do poeta está vinculada com um caso aberto em Pune em junho, quando cinco pessoas foram detidas em posse de uma carta dirigida a um guerrilheiro maoísta, segundo a mesma fonte.

Na carta, o insurgente seria informado de que alguns "camaradas" estavam pensando em matar Modi durante um dos seus comícios.

Rao foi informado das acusações contra si, foi submetido a exame médico e apresentado diante de um juiz para obter uma ordem de passagem que permita transferi-lo a Pune, afirmou o policial.

O escritor pró-maoísta é um dos pelo menos cinco ativistas e advogados detidos hoje em Maharashtra (oeste), Telangana, Délhi, Haryana (norte) e Goa (sudoeste), segundo informaram representantes das suas respectivas organizações, familiares e fontes policiais.

Entre elas está a ativista e advogada Sudha Bharadwaj, cuja organização, PUCL, criticou em declarações à Efe as detenções, classificando-as de uma "caça às bruxas por parte do atual governo".

"Sudha foi detida esta manhã pela polícia sob acusações falsas, totalmente falsas. Ela é uma ativista de direitos humanos e estamos todos juntos nisso. Protestaremos por todo o país", defendeu um dos vice-presidentes de PUCL, P.B. Desai.

Nessa mesma linha, as organizações Anistia Internacional (AI) e Oxfam classificaram de "alarmante" em um comunicado conjunto a campanha de detenções e alertaram que estas ações "ameaçam os valores centrais dos direitos humanos".

"As detenções de hoje fazem parte de uma segunda campanha deste tipo contra ativistas, advogados e jornalistas que foram críticos com o Estado (...) Suas detenções trazem perguntas alarmantes sobre se estão sendo atacados por seu ativismo", afirmou o diretor-executivo da AI para a Índia, Aakar Patel.

A guerrilha maoísta ou naxalita, denominada assim porque nasceu após uma revolta na aldeia bengali de Naxalbari em 1967, busca impor uma revolução agrária de corte maoísta e continua ativa após meio século de operações, sobretudo no chamado "cinturão vermelho", uma faixa de território que percorre o centro e o leste da Índia.

Durante as últimas décadas, a insurgência maoísta causou cerca de 12 mil mortes no país, a maioria civis, mas perdeu força nos últimos anos.

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