Imperador do Japão delegará funções após abdicação, diz príncipe
Apesar de uma lei aprovada em junho permitir que Akihit abdique, detalhes ainda têm que ser acertados
Reuters
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 12h53.
Tóquio - O imperador Akihito delegará todas suas funções públicas a seu herdeiro depois que se aposentar, o que será a primeira abdicação ocorrida no Japão em quase dois séculos, disse o filho mais novo do monarca, reagindo aos temores de que um ex-imperador possa enfraquecer a posição de seu sucessor.
A Constituição japonesa define o imperador como um símbolo do Estado e do povo, sem poder político. Suas funções incluem cerimônias religiosas Shinto e tarefas determinadas constitucionalmente, como a abertura do Parlamento.
O reinado de 29 anos do octogenário Akihito também tem sido marcado por viagens a locais de desastres nacionais para animar os sobreviventes, e ao exterior para curar as feridas de uma guerra disputada em nome de seu pai, o imperador Hirohito, que era considerado divino até a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
Alguns especialistas, lembrando exemplos de ex-imperadores que continuaram influentes, revelaram o temor de que a existência do antigo monarca possa minar o status simbólico do príncipe herdeiro Naruhito.
"O imperador sempre pretendeu passar todas as suas funções públicas, incluindo atos de Estado, ao próximo imperador", afirmou o irmão caçula de Naruhito, príncipe Akishino, em comentários publicados para comemorar seu 52º aniversário nesta quinta-feira.
"Mesmo que existam preocupações sobre uma 'autoridade dupla', se essa expressão é apropriada, posso dizer claramente que é impossível", acrescentou.
Uma lei aprovada em junho permite que Akihito, que completa 84 anos em 23 de dezembro, abdique, mas os detalhes ainda têm que ser acertados.
A abdicação deve acontecer em 2019.