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Impasse em Caracas: Guaidó e Maduro movimentam suas peças

Líder da oposição espera apoio do bloco europeu, enquanto Maduro aceita diálogo mediado por Uruguai e México

Venezuelanos nas ruas: conselho de segurança da ONU discute crise no país (Edgard Garrido/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 06h53.

Última atualização em 25 de janeiro de 2019 às 07h06.

A Venezuela termina a semana conflagrada politicamente, e com Nicolás Maduro entrincheirado no poder. Nesta sexta-feira, ele e seu opositor, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, auto-proclamado presidente na quarta-feira, seguem uma corrida em busca de respaldo interno e externo.

Guaidó, vale lembrar, foi reconhecido pela maior parte dos países americanos, como Brasil, Argentina, Colômbia, Estados Unidos e Canadá, além do Reino Unido. Maduro tem o apoio de China, Rússia, Turquia e Irã. Ontem, Guaidó ganhou um novo e importante respaldo, do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Luis Alberto Moreno, presidente da instituição, manifestou a vontade de trabalhar com o interino para ajudar no desenvolvimento do país.

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Mostrar capacidade financeira de dar respostas rápidas à crise humanitária no país é fundamental para Guaidó mostrar a viabilidade de seu plano de governo interino. Os Estados Unidos enviaram 20 milhões de dólares para ajuda humanitária, e devem ser um aliado importante neste quesito. O país de Donald Trump também pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, neste sábado.

Guaidó negocia outro apoio internacional que pode ser crucial: da União Europeia. O governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, articula, segundo o jornal El País, para conseguir o reconhecimento do bloco europeu. O problema: apenas uma oposição entre os 27 países membros poderia frear o apoio. Sánchez telefonou ontem a Guaidó, elogiou sua “coragem” e ofereceu ajuda para que a Venezuela tenha eleições o mais rápido possível.

Maduro, nesta quinta-feira, recebeu apoio dos militares e acusou os Estados Unidos de levar o país a um “estado de loucura”. Ele deu domingo como prazo final para a retirada de diplomatas americanos, colocando-se numa situação delicada. Caso os diplomatas mantenham a recusa em deixar o país, estaria Maduro disposto a invadir a embaixada, território americano?

Os governos do México, de Andrés Manuel López Obrador, que apoiou Maduro, e do Uruguai, de Tabaré Vázquez, que se manteve neutro, se ofereceram para mediar uma rodada de diálogo com a oposição para resolver o impasse político no país. É uma estratégia já usada por Maduro em outras oportunidades para ganhar tempo e se perpetuar no poder pelo menos até o fim do atual mandato, em 2025.

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