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Crianças indianas vítimas de abuso sexual são humilhadas

Em um relatório intitulado "Romper o silêncio", a HRW pede que as autoridades indianas tratem com mais atenção os menos vítimas de violência

Crianças indianas participam de protesto contra estupro: "As crianças que têm a coragem de dizer que sofreram abuso sexual são, frequentemente, ignoradas", diz a HRW. (REUTERS/Amit Dave)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2013 às 13h53.

Nova Délhi - As crianças vítimas de abuso sexual na Índia costumam ser humilhadas pela polícia e maltratadas pelos médicos quando tomam coragem de dizer o que sofreram, denunciou nesta quinta-feira a organização Human Right Watch (HRW).

Em um relatório intitulado "Romper o silêncio", a HRW pede que as autoridades indianas tratem com mais atenção os menos vítimas de violência.

A polícia e a justiça foram recentemente criticadas por sua apatia e falta de consideração em relação às mulheres estupradas e assediadas, após o estupro coletivo de uma estudante em um ônibus em Nova Déli em dezembro. Esta agressão seguida pela morte da vítima chocou o país e repercutiu internacionalmente.

"As crianças que têm a coragem de dizer que sofreram abuso sexual são, frequentemente, ignoradas ou não são levadas em consideração pela polícia, os médicos e outras autoridades", lamentou a diretora regional da HRW, Meenakashi Ganguly, ao apresentar o relatório da instituição à imprensa.

Segundo o relatório, as crianças precisam, por vezes, se submeter à testes particularmente humilhantes, tais como o "teste do dedo" praticado por médicos para determinar seu histórico sexual, quando os especialistas em medicina forense consideram que este exame não tem nenhum valor científico.

Entre os mais de uma centena de entrevistados, a HRW cita o caso da mão de uma menina de três anos que sofreu de sérias dores depois de ter sido examinada por médicos após uma suposta agressão sexual.


"De seis a oito horas depois do exame médico, ele não conseguia urinar porque sentia muita dor", contou a mãe, citada no relatório sob a condição de anonimato.

De acordo com Ganguly, é este tipo de tratamento que as autoridades precisam lutar para acabar.

"Já é muito difícil para uma criança vítima de abuso sexual ou para seus parentes procurar ajuda. Mas ao invés desses casos serem tratados com sensibilidade, as autoridades indianas acabam traumatizando mais uma vez essas pessoas", ressalta.

O número de agressões sexuais registradas pelas autoridades representa apenas uma porção ínfima do número real de casos. Muitas vezes, as vítimas preferem se calar, principalmente pelo medo de ser estigmatizada por uma sociedade amplamente dominada pelos homens.

Os abusos sexuais contra menores são frequentes até mesmo dentro das próprias famílias, nas escolas e nas instituições que deveriam acolher e proteger as crianças, e as críticas denunciam o baixo número de agressores levados à justiça.

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Nova Délhi - As crianças vítimas de abuso sexual na Índia costumam ser humilhadas pela polícia e maltratadas pelos médicos quando tomam coragem de dizer o que sofreram, denunciou nesta quinta-feira a organização Human Right Watch (HRW).

Em um relatório intitulado "Romper o silêncio", a HRW pede que as autoridades indianas tratem com mais atenção os menos vítimas de violência.

A polícia e a justiça foram recentemente criticadas por sua apatia e falta de consideração em relação às mulheres estupradas e assediadas, após o estupro coletivo de uma estudante em um ônibus em Nova Déli em dezembro. Esta agressão seguida pela morte da vítima chocou o país e repercutiu internacionalmente.

"As crianças que têm a coragem de dizer que sofreram abuso sexual são, frequentemente, ignoradas ou não são levadas em consideração pela polícia, os médicos e outras autoridades", lamentou a diretora regional da HRW, Meenakashi Ganguly, ao apresentar o relatório da instituição à imprensa.

Segundo o relatório, as crianças precisam, por vezes, se submeter à testes particularmente humilhantes, tais como o "teste do dedo" praticado por médicos para determinar seu histórico sexual, quando os especialistas em medicina forense consideram que este exame não tem nenhum valor científico.

Entre os mais de uma centena de entrevistados, a HRW cita o caso da mão de uma menina de três anos que sofreu de sérias dores depois de ter sido examinada por médicos após uma suposta agressão sexual.


"De seis a oito horas depois do exame médico, ele não conseguia urinar porque sentia muita dor", contou a mãe, citada no relatório sob a condição de anonimato.

De acordo com Ganguly, é este tipo de tratamento que as autoridades precisam lutar para acabar.

"Já é muito difícil para uma criança vítima de abuso sexual ou para seus parentes procurar ajuda. Mas ao invés desses casos serem tratados com sensibilidade, as autoridades indianas acabam traumatizando mais uma vez essas pessoas", ressalta.

O número de agressões sexuais registradas pelas autoridades representa apenas uma porção ínfima do número real de casos. Muitas vezes, as vítimas preferem se calar, principalmente pelo medo de ser estigmatizada por uma sociedade amplamente dominada pelos homens.

Os abusos sexuais contra menores são frequentes até mesmo dentro das próprias famílias, nas escolas e nas instituições que deveriam acolher e proteger as crianças, e as críticas denunciam o baixo número de agressores levados à justiça.

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