Mundo

Houthis e grupos armados usam crianças em combates no Iêmen

Desde que os houthis tomaram o controle da capital Sana, foram utilizadas cada vez mais crianças como exploradores, guardas, corredores e combatentes

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 11h39.

Cairo - Os rebeldes houthis e outros grupos armados no Iêmen aumentaram o recrutamento, treino e uso em combate de crianças durante o atual conflito, denunciou nesta terça-feira a organização Human Rights Watch (HRW).

Desde que os houthis tomaram o controle da capital Sana em setembro, "foram utilizadas cada vez mais crianças como exploradores, guardas, corredores e combatentes em batalhas onde alguns menores são feridos ou assassinados", assegurou a organização em comunicado.

A HRW pediu aos houthis "e outros grupos armados" que utilizam crianças-soldado no Iêmen, que parem "imediatamente com o recrutamento de crianças, incluídos os que se somaram de forma voluntária, e os libertem".

A ONG ameaçou que, caso contrário, os comandantes rebeldes houthis, islamitas, milícias tribais e grupos armados como Al Qaeda na Península Arábica (AQPA) "afrontarão julgamentos por crimes de guerra".

A HRW lembrou que a Unicef contabilizou que os menores são quase uma terceira parte de todos os combatentes no Iêmen e que tão só entre 26 de março e 24 de abril de 2015, foram recrutadas 140 crianças.

A organização recebeu várias informações de que meninos de entre 14 e 16 anos lutam com rifles e pistolas durante ataques militares.

Um recrutador houthi, de 30 anos, confirmou à HRW que recrutou ativamente crianças para seu grupo rebelde em Amran durante mais de um ano.

As crianças sem treino militar não participam de combates ativos, assegurou o xiita, e acrescentou que servem principalmente como guardas ou transportam munição e alimentos aos combatentes de primeira linha.

A HRW, que falou com vários crianças, explicou na nota que os pequenos recebem primeiro formação ideológica xiita islâmica durante um mês, seguido de um treino militar em uma das bases houthis do país.

As crianças acrescentaram que não eram pagas mas lhes davam comida e "Khat" (uma droga suave muito popular no Iêmen).

Os menores, em sua maioria, levaram suas próprias armas de fogo, já que estas são comuns entre as famílias iemenitas, e os houthis são quem lhes proporcionaram a munição.

Acompanhe tudo sobre:CriançasGuerrasIêmenIslamismoXiitas

Mais de Mundo

Bandeira invertida coloca Suprema Corte dos EUA em apuros

Primeiro-ministro eslovaco passa por nova cirurgia e segue em estado grave

Vaticano alerta contra episódios imaginários relacionados a milagres e aparições

Governo Biden quer reclassificar maconha como droga de menor risco

Mais na Exame