Hostilidade russa pode provocar conflito, diz líder tártaro
Líder dos tártaros da Crimeia falou sobre o risco de um conflito sangrento provocado pela hostilidade de Moscou a esta minoria
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2014 às 09h36.
Kiev - O líder dos tártaros da Crimeia , Mustafa Djemilev, denunciou "o retorno aos piores dias da URSS" com a incorporação da península à Rússia , e falou sobre o risco de um conflito sangrento provocado pela hostilidade de Moscou a esta minoria muçulmana.
Djemilev, nascido há 70 anos na Crimeia, tinha apenas um ano quando sua família foi deportada, junto com dezenas de milhares de tártaros, ao Uzbequistão, por ordem de Stalin.
O líder tártaro dedicou sua vida a defender o direito de seu povo de viver na terra de suas origens. Sua militância lhe custou 15 anos de prisão por atividades "antissoviéticas".
"O comportamento atual dos russos é inadequado. Estamos voltando à era soviética. Não é como no stalinismo, mas estamos longe das conquistas da perestroika", que autorizou os tártaros a retornar à península, explica Djemilev à AFP em um café uzbeque de Kiev, entre duas sessões do Parlamento, onde atua como deputado.
Djemilev se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, antes do referendo separatista de 16 de março na Crimeia, que propiciou uma rápida incorporação à Federação russa. A consulta foi boicotada pelos tártaros, que representam cerca de 12% da população.
"Prometeu a mim que a Rússia faria pelos tártaros mais que a Ucrânia em 23 anos de independência", conta Djemilev. "Tive a impressão de que estava buscando ao menos nossa neutralidade".
No entanto, explica o líder tártaro, "nós não leiloamos nossa pátria. Nosso futuro está em uma Ucrânia independente e democrática".
"Disse a Putin que não se pode fazer referendos assim. Disse a ele que era capaz de encontrar povos na Crimeia que votariam pela adesão ao Japão, aos Estados Unidos ou à Turquia", acrescenta.
De acordo com o líder, a situação está se complicando cada vez mais para os tártaros, que, segundo ele, foram agredidos recentemente por "cossacos bêbados".
Djemilev também acredita que a Rússia fará todo o possível para que os tártaros deixem a Crimeia com seus próprios pés.
"Eliminaram as elites, expropriaram as terras e humilharam nossos sentimentos religiosos. Obrigaram os tártaros a sair. O resultado é que existem entre 10 e 15 vezes mais tártaros crimeus na Turquia que na Crimeia".
Kiev - O líder dos tártaros da Crimeia , Mustafa Djemilev, denunciou "o retorno aos piores dias da URSS" com a incorporação da península à Rússia , e falou sobre o risco de um conflito sangrento provocado pela hostilidade de Moscou a esta minoria muçulmana.
Djemilev, nascido há 70 anos na Crimeia, tinha apenas um ano quando sua família foi deportada, junto com dezenas de milhares de tártaros, ao Uzbequistão, por ordem de Stalin.
O líder tártaro dedicou sua vida a defender o direito de seu povo de viver na terra de suas origens. Sua militância lhe custou 15 anos de prisão por atividades "antissoviéticas".
"O comportamento atual dos russos é inadequado. Estamos voltando à era soviética. Não é como no stalinismo, mas estamos longe das conquistas da perestroika", que autorizou os tártaros a retornar à península, explica Djemilev à AFP em um café uzbeque de Kiev, entre duas sessões do Parlamento, onde atua como deputado.
Djemilev se reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, antes do referendo separatista de 16 de março na Crimeia, que propiciou uma rápida incorporação à Federação russa. A consulta foi boicotada pelos tártaros, que representam cerca de 12% da população.
"Prometeu a mim que a Rússia faria pelos tártaros mais que a Ucrânia em 23 anos de independência", conta Djemilev. "Tive a impressão de que estava buscando ao menos nossa neutralidade".
No entanto, explica o líder tártaro, "nós não leiloamos nossa pátria. Nosso futuro está em uma Ucrânia independente e democrática".
"Disse a Putin que não se pode fazer referendos assim. Disse a ele que era capaz de encontrar povos na Crimeia que votariam pela adesão ao Japão, aos Estados Unidos ou à Turquia", acrescenta.
De acordo com o líder, a situação está se complicando cada vez mais para os tártaros, que, segundo ele, foram agredidos recentemente por "cossacos bêbados".
Djemilev também acredita que a Rússia fará todo o possível para que os tártaros deixem a Crimeia com seus próprios pés.
"Eliminaram as elites, expropriaram as terras e humilharam nossos sentimentos religiosos. Obrigaram os tártaros a sair. O resultado é que existem entre 10 e 15 vezes mais tártaros crimeus na Turquia que na Crimeia".