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Hora do Planeta 2020: o desafio de pensar no meio ambiente pós-coronavírus

Como efeito colateral da pandemia, paralisação global de cidades e produção pelo coronavírus levou a intensa redução na emissão de poluentes

Símbolo da ONG WWF: coronavírus vai impactar emissões globais (Jesus Merida/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Símbolo da ONG WWF: coronavírus vai impactar emissões globais (Jesus Merida/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2020 às 06h25.

Última atualização em 27 de março de 2020 às 06h58.

A pandemia do coronavírus modificou um dos eventos internacionais de combate às mudanças climáticas mais simbólicos do mundo, a Hora do Planeta, quando as pessoas são convidadas a apagar as luzes das suas casas e cidades por uma hora. Neste ano, a iniciativa acontece no sábado, 28, a partir das 20h30 (horário de Brasília), em mais de 180 países. Na nova edição da homenagem, a organização recomenda que as pessoas participem digitalmente, acompanhando a programação especial nos seus países.

Realizada pela organização não governamental WWF (World Wide Foundation), a Hora do Planeta acontece todos os anos desde 2007 e já sobreviveu a uma grande crise econômica global, em 2008. Neste ano, o evento será novamente realizado em um momento de desafio internacional: a epidemia do coronavírus, doença que já se propagou para mais de 150 países.

Se houve algum efeito colateral ambiental da crise de coronavírus, é que as emissões de gases poluentes foram reduzidas em todo o mundo em meio à paralisação forçada gerada pela epidemia. Pelas redes sociais, circulam fotos de grandes cidades com o céu mais azul e menos poluído do que o normal.

Há duas semanas, pesquisadores da Universidade Columbia já estimavam que a poluição na cidade de Nova York havia caído pela metade, segundo relataram à rede britânica BBC. O site Carbon Brief estima que houve uma redução de 25% nas emissões de poluentes na China — o que deve levar a redução de 1% nas emissões da China no ano.

Nesta sexta-feira, 27, o Reino Unido também divulgará números de sua emissão de poluentes do ano passado, que deve mostrar que a poluição caiu graças à redução do uso de carvão como matriz energética.  Com o coronavírus, novas reduções devem acontecer em 2020 nos países desenvolvidos.

O desafio é que, passada a pandemia e com a economia mundial tendo grandes chances de terminar o ano em recessão, governos mundo afora desejarão acelerar como nunca a atividade econômica. Por tabela, podem fechar os olhos para ações poluentes e reduzir os esforços ambientais em prol da recuperação da economia.

Na crise de 2008, quando o mundo despejou trilhões de dólares na recuperação econômica — de setores como as montadoras –, o dinheiro não foi usado para obrigar a indústria a investir em atividades mais verdes. Para ambientalistas, 2008 foi uma chance perdida de reduzir o modus operandi poluente do planeta.

Na Hora do Planeta deste ano, além da hashtag #EarthHour (“Hora da Terra”, em inglês), participantes são convidados a assinar uma petição online que será enviada aos líderes globais com apelos pela conservação do meio ambiente. “Somos a primeira geração a saber que está destruindo o planeta e podemos ser os últimos a conseguir fazer algo a respeito”, alerta a organização da Hora do Planeta. As boas escolhas do mundo em como aplicar recursos passada a pandemia devem estar entre os tópicos pelos quais os líderes mundiais serão cobrados.

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