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Homofobia prejudica luta contra o HIV na Indonésia, denuncia HRW

Intervenções de autoridades causaram o fechamento de "pontos" de assessoria e prevenção de HIV em estabelecimentos

LGBT: o Parlamento indonésio debate atualmente a penalização do sexo entre pessoas do mesmo gênero no Código Penal (Sarah Rice/Getty Images)
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EFE

Publicado em 2 de julho de 2018 às 10h21.

Última atualização em 2 de julho de 2018 às 10h30.

Jacarta - O aumento da retórica homofóbica e o fechamento de locais de lazer para homossexuais resultou em um menor acesso a exames e serviços médicos para detectar, prevenir e tratar o vírus de imunodeficiência humana (HIV) e outras doenças, denunciou nesta segunda-feira em Jacarta Human Rights Watch (HRW).

Em um relatório, a ONG adverte que os discursos de políticos e figuras públicas indonésias desde 2016 resultaram em intervenções das autoridades contra o coletivo LGBT (lésbicas, gays, transexuais e bissexuais).

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As operações policiais, em algumas ocasiões feitas em conjunto com grupos islamitas, contribuíram para aumentar o estigma contra o HIV e fizeram pessoas em risco de contrair a doença a desistir de utilizar serviços de prevenção e tratamento, segundo a organização.

"O Governo da Indonésia deveria reconhecer que seu papel nos abusos contra as pessoas LGBT está comprometendo seriamente a resposta do país ao HIV", disse a investigadora da HRW para os direitos deste coletivo, Kyle Knight, em comunicado.

O relatório elaborado com entrevistas com vítimas, testemunhas, ativistas e profissionais da área da saúde revela que, apesar do número de novas infecções de HIV ter caído nas últimas décadas, a taxa entre homens homossexuais aumentou de 5% em 2007 para 25% em 2015, segundo dados da UNAIDS.

No ano passado, mais de 300 pessoas foram detidas em batidas em saunas, discotecas, salões de beleza, quartos de hotel e domicílios do arquipélago com o pretexto da lei contra a pornografia pela "suposta orientação sexual", lembrou a HRW.

As intervenções das autoridades, nas quais são exibidos preservativos como provas incriminatórias, supôs também o fechamento de "pontos" de assessoria e prevenção de HIV nos estabelecimentos, que eram considerados seguros pelos assistentes.

O Parlamento indonésio debate atualmente a penalização do sexo entre pessoas do mesmo gênero no Código Penal.

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