Homem suspeito de matar ex-premiê japonês é indiciado
O homem de 42 anos passou meses em uma avaliação psicológica que terminou esta semana com sua transferência para uma delegacia de polícia em Nara
AFP
Publicado em 13 de janeiro de 2023 às 09h35.
A Procuradoria japonesa indiciou o homem suspeito de assassinar o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe nesta sexta-feira (13), depois que uma avaliação psicológica determinou que ele está apto para ser julgado — informou a imprensa local.
Tetsuya Yamagami foi preso imediatamente depois que o ex-governante foi morto a tiros em julho, enquanto participava de um comício na cidade de Nara.
O homem de 42 anos passou meses em uma avaliação psicológica que terminou esta semana com sua transferência para uma delegacia de polícia em Nara.
Yamagami enfrenta acusações de assassinato e de violação das leis de controle de armas, de acordo com o jornal Yomiuri e a agência de notícias Kyodo. Se for condenado, pode enfrentar a pena de morte.
A Procuradoria do distrito de Nara não se pronunciou ao ser consultada pela AFP.
Yamagami admitiu o crime, de acordo com a imprensa local, e imagens feitas na época mostram o momento em que dispara o que parece ser uma arma de fabricação caseira.
Ele teria matado Abe por considerar que tinha vínculos com a Igreja da Unificação Segundo relatos, Yamagami ficou ressentido com esta igreja pelas grandes doações que sua mãe fez, levando a família à falência.
Abe não era membro da Igreja da Unificação, mas uma vez discursou para um grupo afiliado, assim como fizeram outros líderes mundiais, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
Fundada na Coreia em 1954 por Sun Myung Moon, a seita ganhou destaque mundial nas décadas de 1970 e 1980.
A igreja negou envolvimento em atividades ilegais e prometeu evitar doações "excessivas" de seus membros.
As investigações após a morte de Abe revelaram ligações estreitas entre a igreja e muitos legisladores conservadores do partido governista, incluindo um ministro que renunciou.
As revelações causaram revolta no Japão e afetaram a imagem do governo do primeiro-ministro Fumio Kishida.
Seu governo ordenou uma investigação, que pode acabar com os incentivos fiscais da igreja, e pressionou por leis que endurecem as regras para doações religiosas.
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