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Holanda pede perdão por morte de muçulmanos em Srebrenica

A justiça também considerou que os soldados não deveriam ter expulsado os mais de 300 bósnios que se refugiavam na base militar holandesa perto de Srebrenica


	Muçulmanas bósnias choram sobre os caixões de parentes mortos no massacre de 1995 em Srebrenica
 (Elvis Barukcic/AFP)

Muçulmanas bósnias choram sobre os caixões de parentes mortos no massacre de 1995 em Srebrenica (Elvis Barukcic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2015 às 13h57.

A Holanda pediu pela primeira vez, nesta quinta-feira, desculpas às famílias de três muçulmanos mortos durante o massacre de Srebrenica depois de serem expulsos de uma base militar pelas forças de paz holandesas.

O pedido de desculpas ocorre após um longo processo judicial sem precedentes iniciado em setembro de 2013 que considerou a Holanda como o primeiro Estado responsável pelos atos de seus próprios soldados, que operavam sob um mandato da ONU, e pela morte dos três homens.

A justiça também considerou que os soldados não deveriam ter expulsado os mais de 300 bósnios que estavam refugiados na base militar holandesa perto de Srebrenica.

As vítimas estão entre os cerca de 8.000 homens e meninos mortos pelas forças sérvias da Bósnia do general Ratko Mladic durante o genocídio de Srebrenica (sul), em julho de 1995.

"A ministra da Defesa Jeanine Hennis-Plasschaert se reuniu com familiares das vítimas e pediu perdão", indicou o ministério holandês em um comunicado, acrescentando que este encontro ocorreu em junho de 2014.

Um porta-voz explicou que a ministra esperou que a questão da indenização fosse resolvida antes de anunciar o pedido de desculpas. A Holanda informou em abril do ano passado que pagaria cerca de 20.000 euros (22.400 dólares) para cada uma das famílias.

O enclave bósnio de Srebrenica estava em 1995 sob proteção das forças de paz holandeses do batalhão de Dutchbat, que não conseguiram resistir às tropas do general Mladic, que está sendo julgado por genocídio pelo Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII), em Haia.

Em 2002, o governo holandês renunciou após um relatório oficial afirmar que o Estado foi em parte responsável pela tragédia de Srebrenica.

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