Hamas diz que cessar-fogo com Israel começa às 5h de quinta-feira; saiba detalhes da operação
Expectativa é que as primeiras trocas de reféns capturados pelo grupo terrorista por presos palestinos aconteça de imediato após pausa no conflito
Agência de notícias
Publicado em 22 de novembro de 2023 às 10h49.
Última atualização em 22 de novembro de 2023 às 11h44.
O escritório político do Hamas anunciou, nesta quarta-feira, que o cessar-fogo temporário negociado com Israel , anunciado ontem, começará a valer a partir das 10h (5h em Brasília) de quinta-feira. A expectativa é que as primeiras trocas de reféns capturados pelo grupo terrorista por presos palestinos aconteça de imediato, após a pausa dos bombardeios.
Israel continuou com a operação militar terrestre na manhã desta quarta-feira, um dia após o anúncio do acordo, enquanto o Hamas fez novos disparos contra o território israelense, fazendo o alerta de ataque aéreo disparar em localidades como Sderot, na fronteira da Faixa de Gaza. Espera-se que os dois lados respeitem a trégua para que a troca de civis seja concluída dentro do prazo de quatro dias.
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Em entrevista à Rádio do Exército israelense, o ministro das Relações Exteriores, Eli Cohen, disse esperar que os primeiros reféns sejam liberados ainda na quinta-feira, mas se negou a confirmar a informação de que o processo começaria no horário indicado pelo Hamas.
O governo de Israel já se prepara para a troca. Uma lista com o nome de 300 prisioneiros palestinos foi apresentada pelo Ministério da Justiça, para que a população tome conhecimento e possa contestar a liberação de algum deles, inicialmente considerados aptos pelas autoridades a serem usados como moeda de troca. Foram excluídos da lista presos por homicídio.
Entenda a operação de cessar-fogo:
Troca de prisioneiros por reféns
O principal aspecto do acordo entre Israel e Hamas, mediado pelo Catar, foi a liberação imediata de reféns capturados pelo grupo terrorista no ataque de 7 de outubro. Os termos aceitos pelos dois lados do conflito impõem que o Hamas deve liberar 50 reféns, em troca de 150 presos palestinos.
Quem são os reféns e os prisioneiros envolvidos na troca?
Hamas e Israel afirmaram que apenas mulheres e menores de idade serão incluídos na troca, negando-se a negociar a soltura de militares e combatentes inimigos. De acordo com um comunicado emitido pelo governo israelense, 30 menores de idade e 20 mulheres (oito delas, mães) serão liberados pelo grupo terrorista.
Em contrapartida, o Ministério da Justiça de Israel divulgou uma lista com os nomes de 300 prisioneiros palestinos detidos no país para uma espécie de consulta pública, a fim de ouvir a população sobre impedimentos a liberação deles. Os 150 primeiros presos liberados devem sair desta lista, após as contestações.
Prazo da trégua
O acordo prevê, inicialmente, um cessar-fogo de quatro dias em Gaza. Apesar disso, os termos incluem um gatilho para que seja concedido mais um dia de trégua a cada dez reféns extras liberados pelo Hamas (Israel calcula que aproximadamente 240 pessoas foram capturadas pelo grupo terrorista).
Segundo informações do jornal israelense "Haaretz", pelo lado de Israel, a junta formada pelo premier Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o general Benny Gantz, terá palavra final sobre a retomada do conflito ou manutenção da trégua, desde que não ultrapasse o limite de dez dias seguidos de pausa.
Como será a liberação dos reféns?
De acordo com o Channel 12, o processo para a liberação e transferência dos reféns será dividido em cinco etapas. Na primeira, o Hamas entregará os reféns à Cruz Vermelha, que, por sua vez, os transferirá para representantes das Forças Armadas de Israel. Após uma verificação médica inicial, na terceira etapa do processo, eles serão levados a centros médicos isolados em Israel para se reunirem com suas famílias. Na fase quatro da operação, autoridades médicas e de defesa decidirão se alguns podem ser interrogados. A última etapa envolverá o interrogatório dos reféns por autoridades de segurança.
Seis centros de saúde em Israel foram preparados para receber os reféns liberados, informou o "Hareetz", citando o Ministério da Saúde israelense. Esses hospitais incluem o Centro Médico Sheba, em Tel Hashomer, o Centro Médico Shamir, os Hospitais Wolfson, Soroka e Ichilov, além do Centro Médico Schneider para Crianças