Mundo

Guerra na Líbia está perto de ponto sem volta, alerta ONU

Número de mortos em duas semanas de combates de rua entre forças pró-governo e grupos armados islâmicos na cidade oriental de Benghazi subiu para 170

Fumaça preta toma conta da região próxima à Universidade de Benghazi após confrontos, na Líbia (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

Fumaça preta toma conta da região próxima à Universidade de Benghazi após confrontos, na Líbia (Esam Omran Al-Fetori/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2014 às 19h40.

Trípoli - A guerra entre facções na Líbia está empurrando o país produtor de petróleo para "muito perto de um ponto sem volta", disse o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) ao país nesta terça-feira, com os esforços de cessar-fogo e diálogo político sem apresentar resultados.

O número de mortos em duas semanas de combates de rua entre forças pró-governo e grupos armados islâmicos na cidade oriental de Benghazi subiu para 170, segundo fontes médicas. Sete pessoas foram mortas só nesta terça-feira e 15 na segunda-feira.

O país norte-africano tem dois governos e parlamentos desde que um grupo de milícia da cidade ocidental de Misrata tomou em agosto a capital, Trípoli, e criou seu próprio gabinete e assembleia.

O governo internacionalmente reconhecido do primeiro-ministro líbio, Abdullah al-Thinni, teve que se mudar para um local 1.000 quilômetros a leste, onde a eleita Câmara dos Deputados está trabalhando agora, efetivamente dividindo a grande nação desértica.

No mês passado, o enviado especial da ONU ao país, Bernadino Leon, lançou uma iniciativa para reunir os dois lados para um diálogo e um cessar-fogo. Mas os confrontos pioraram nas duas últimas semanas em Benghazi, bem como no oeste da Líbia.

"Acho que este país está correndo contra o tempo. O perigo para o país é que, nas últimas semanas, estamos ficando muito perto de um ponto sem volta", Leon disse a repórteres em uma entrevista coletiva televisionada.

Potências ocidentais temem que o produtor de petróleo esteja caminhando para uma guerra civil.

As autoridades são fracas demais para controlar os ex-rebeldes que ajudaram a derrubar Muammar Gaddafi em 2011, mas que agora desafiam a autoridade do Estado para tomar o poder e obter parte das receitas do petróleo.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaCrise políticaGuerrasLíbiaONU

Mais de Mundo

Sob pressão para desistir de reeleição, Biden tenta usar reunião da Otan para mostrar força

Mujica vive 'momento mais difícil' de tratamento para câncer, afirma sua esposa

Petro pede grande mobilização de camponeses para promover reforma agrária

Terceiro caso humano de peste bubônica é confirmado nos Estados Unidos

Mais na Exame