Exame Logo

Assad não sairá, diz chanceler russo

Para chanceler da Rússia, guerra civil atingiu impasse. Informações da inteligência do país atestam que armas químicas estão "sob controle", por enquanto

O presidente sírio Bashar al-Assad: "Assad não vai a lugar algum, não importa o que digam, seja a China ou a Rússia", disse o chanceler do Kremlin (Russia Today/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2012 às 16h26.

Beirute - A guerra civil na Síria atingiu um impasse, e os esforços internacionais para convencer o presidente Bashar al-Assad a renunciar não surtirão efeito, disse neste sábado o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Rebeldes predominantemente sunitas tentam derrubar Assad e lutam nas cercanias da capital Damasco e conquistando territórios no sul, após saírem de seus redutos no norte, nas cidades de Aleppo e Idlib.

Mas Assad, da minoria alauíta, ligada aos xiitas, respondeu com artilharia, ataques aéreos e, de acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mísseis Scud. Isso levou a aliança a levar sistemas de defesa à fronteira com a Turquia.

O enviado do Kremlin ao Oriente Médio disse neste mês que os rebeldes podiam derrotar as forças de Assad, e que Moscou estava preparando uma possível retirada dos russos do país, no maior sinal de que a nação está se preparando para a Síria pós-Assad.

Muitos países ocidentais e árabes pediram para que Assad renuncie antes que o conflito, que já dura 21 meses e matou mais de 44 mil pessoas, cause ainda mais perdas.

Mas Lavrov disse que o presidente da Síria não está perto de ceder à pressão dos oponentes ou aos líderes de Moscou e Pequim, mais simpáticos a ele.

"Ouçam, ninguém vencerá esta guerra", afirmou Lavrov a repórteres a bordo do avião presidencial, a caminho de Moscou, após o encontro Rússia-União Europeia, em Bruxelas. "Assad não vai a lugar algum, não importa o que digam, seja a China ou a Rússia." Lavrov afirmou que a Rússia rejeitou pedidos de países da região para pressionar Assad a deixar o país ou oferecer asilo ao líder, e alertou que sua saída pode até aumentar a violência.

Ele também disse que as autoridades sírias estão juntando as armas químicas do país em uma ou duas regiões e que elas estão "sob controle" por enquanto. "Atualmente, o governo está fazendo o que pode para deixá-las (armas químicas) seguras, de acordo com dados de inteligência que temos e que o Ocidente tem", afirmou.


Os países ocidentais disseram há três semanas que o governo de Assad pode estar preparando o uso de gás venenoso para combater os rebeldes que estão acampados ao redor da capital e controlar as áreas rurais de Aleppo e Idlib, no norte.

Alertas dos Rebeldes

Na província de Hama, no centro do país, onde rebeldes dizem ter tomado a maioria do território rural a oeste da cidade de Hama, combatentes ameaçaram invadir duas cidades predominantemente cristãs, que segundo eles são usadas como base para que as forças pró-Assad os ataquem.

Um video divulgado pelos rebeldes mostra sete combatentes armados da Brigada Ansar exigindo que moradores de Mahrada e al-Suqeilabiya desalojem as forças de Assad.

Em Aleppo, o líder rebelde coronel Abdel-Jabbar al-Oqaidi disse que seus combatentes consideram o céu da cidade uma zona de restrição aérea e repetiu alertas de que atacarão aviões que usarem o aeroporto da cidade.

Atiradores dispararam contra um avião que se preparava para decolar de Aleppo na quinta-feira, forçando o cancelamento da decolagem.

"O aeroporto estava sendo usado como aeroporto militar para transportar tropas e Guardas Revolucionários (do Irã)", afirmou o líder à Reuters. "Proibimos que aviões sobrevoem o espaço aéreo sírio. Estabeleceremos uma zona de restrição aérea." Em Damasco, um carro-bomba matou neste sábado cinco pessoas e feriu dezenas no bairro de Qaboun, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. De acordo com a entidade, 44 mil pessoas já morreram no país desde o início da revolta contra Assad, em março do ano passado.

Veja também

Beirute - A guerra civil na Síria atingiu um impasse, e os esforços internacionais para convencer o presidente Bashar al-Assad a renunciar não surtirão efeito, disse neste sábado o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

Rebeldes predominantemente sunitas tentam derrubar Assad e lutam nas cercanias da capital Damasco e conquistando territórios no sul, após saírem de seus redutos no norte, nas cidades de Aleppo e Idlib.

Mas Assad, da minoria alauíta, ligada aos xiitas, respondeu com artilharia, ataques aéreos e, de acordo com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mísseis Scud. Isso levou a aliança a levar sistemas de defesa à fronteira com a Turquia.

O enviado do Kremlin ao Oriente Médio disse neste mês que os rebeldes podiam derrotar as forças de Assad, e que Moscou estava preparando uma possível retirada dos russos do país, no maior sinal de que a nação está se preparando para a Síria pós-Assad.

Muitos países ocidentais e árabes pediram para que Assad renuncie antes que o conflito, que já dura 21 meses e matou mais de 44 mil pessoas, cause ainda mais perdas.

Mas Lavrov disse que o presidente da Síria não está perto de ceder à pressão dos oponentes ou aos líderes de Moscou e Pequim, mais simpáticos a ele.

"Ouçam, ninguém vencerá esta guerra", afirmou Lavrov a repórteres a bordo do avião presidencial, a caminho de Moscou, após o encontro Rússia-União Europeia, em Bruxelas. "Assad não vai a lugar algum, não importa o que digam, seja a China ou a Rússia." Lavrov afirmou que a Rússia rejeitou pedidos de países da região para pressionar Assad a deixar o país ou oferecer asilo ao líder, e alertou que sua saída pode até aumentar a violência.

Ele também disse que as autoridades sírias estão juntando as armas químicas do país em uma ou duas regiões e que elas estão "sob controle" por enquanto. "Atualmente, o governo está fazendo o que pode para deixá-las (armas químicas) seguras, de acordo com dados de inteligência que temos e que o Ocidente tem", afirmou.


Os países ocidentais disseram há três semanas que o governo de Assad pode estar preparando o uso de gás venenoso para combater os rebeldes que estão acampados ao redor da capital e controlar as áreas rurais de Aleppo e Idlib, no norte.

Alertas dos Rebeldes

Na província de Hama, no centro do país, onde rebeldes dizem ter tomado a maioria do território rural a oeste da cidade de Hama, combatentes ameaçaram invadir duas cidades predominantemente cristãs, que segundo eles são usadas como base para que as forças pró-Assad os ataquem.

Um video divulgado pelos rebeldes mostra sete combatentes armados da Brigada Ansar exigindo que moradores de Mahrada e al-Suqeilabiya desalojem as forças de Assad.

Em Aleppo, o líder rebelde coronel Abdel-Jabbar al-Oqaidi disse que seus combatentes consideram o céu da cidade uma zona de restrição aérea e repetiu alertas de que atacarão aviões que usarem o aeroporto da cidade.

Atiradores dispararam contra um avião que se preparava para decolar de Aleppo na quinta-feira, forçando o cancelamento da decolagem.

"O aeroporto estava sendo usado como aeroporto militar para transportar tropas e Guardas Revolucionários (do Irã)", afirmou o líder à Reuters. "Proibimos que aviões sobrevoem o espaço aéreo sírio. Estabeleceremos uma zona de restrição aérea." Em Damasco, um carro-bomba matou neste sábado cinco pessoas e feriu dezenas no bairro de Qaboun, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. De acordo com a entidade, 44 mil pessoas já morreram no país desde o início da revolta contra Assad, em março do ano passado.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame