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Guarda-costas diz que Arafat foi envenenado, mas não por comida

Imad Abu Zaki conta que ele e outros amigos se alimentavam da mesma comida do líder palestino

Yasser Arafat: causas da morte continuam incertas (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Yasser Arafat: causas da morte continuam incertas (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 14h56.

Gaza - O histórico dirigente palestino Yasser Arafat morreu envenenado, mas não por uma substância letal colocada em sua comida, revelou um de seus antigos guarda-costas, Imad Abu Zaki, em entrevista publicada neste domingo.

Abu Zaki, que foi segurança pessoal de Arafat de 1988 até sua morte em 2004, em um hospital de Paris por motivos ainda desconhecidos, acredita que a principal hipótese da causa da morte do líder é envenenamento.

No entanto, o guarda-costas descarta que o veneno tenha sido depositado na comida, uma das teorias mais aceitas entre os palestinos, que acusam os serviços secretos israelenses.

"Não acho que o veneno tenha sido colocado em sua comida porque costumávamos comer os mesmos alimentos meia hora antes que ele o fizesse. O mais provável é que tenha sido envenenado por algum outro meio", disse Abu Zaki ao jornal árabe "Al-Hayat", editado em Londres.

Na entrevista, Abu Zaki, de 47 anos, relata como exemplo de sua tese a forma como reagiu em uma ocasião em que "um convidado estrangeiro ofereceu bombons a Arafat".

"Imediatamente peguei a caixa e distribuí os bombons entre todos os guarda-costas presentes. Fazia o mesmo com todos os doces ou qualquer outro alimento que recebíamos como presente", revela.

A morte de Arafat, cujo sexto aniversário foi lembrado na quinta-feira passada, segue envolta em mistério, com teorias que vão desde o envenenamento (por alimentos, contato físico ou até pelos ouvidos) até a aids, passando por uma cirrose não vinculada ao álcool.

O hospital militar de Percy (nos arredores de Paris), onde Arafat morreu após duas semanas internado, não contribuiu para acabar com as especulações, pois nas 588 páginas do relatório médico que entregou à família do líder palestino, não determinou as causas de uma das mortes mais polêmicas da história recente.

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