Grupo armado ataca manifestantes no metrô de Hong Kong; 36 ficam feridos
Homens vestidos de branco espancaram com barras de madeira e de metal pessoas que pediam uma reforma democrática no país
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de julho de 2019 às 09h14.
Última atualização em 22 de julho de 2019 às 09h15.
Um grupo de homens vestidos de branco e armados com barras de madeira e de metal espancou dezenas de manifestantes na estação de metrô Yuen Long, em Hong Kong , no fim deste domingo, 21 (horário de Brasília). A confusão deixou 36 pessoas feridas entre aquelas que retornavam de um protesto a favor de reformas democráticas na região.
Entre os feridos, há um em estado grave. O deputado de Hong Kong Lam Cheuk-ting, do Partido Democrata, também foi agredido e afirmou à imprensa local ter sido atacado por "dezenas de pessoas", às quais classificou como "membros de uma máfia", recriminando a polícia por ter demorado mais de uma hora para intervir.
O ataque do grupo foi muito mencionado nas redes sociais, nas quais circularam vídeos que mostram a brutalidade das ações. Nelas, é possível ver como os agressores espancam qualquer um vestido com camiseta preta, cor predominante na manifestação pró-democracia que havia tomado as ruas do centro mais cedo.
A China denunciou duramente nesta segunda-feira, 22, o ataque contra seu escritório de representação em Hong Kong por manifestantes antigoverno, falando em atos "absolutamente intoleráveis" e cobrando "punição aos culpados".
A ex-colônia britânica, devolvida para Pequim em 1997 e que desfruta de ampla autonomia dentro do território chinês, é palco desde junho de grandes manifestações contra o governo de Hong Kong.
O movimento começou com a rejeição a um projeto de lei, atualmente suspenso, que permitiria as extradições para a China continental. Mas os manifestantes agora exigem uma anistia para os detidos, o sufrágio universal e a renúncia da chefe do executivo local, Carrie Lam.
No domingo, um grupo de manifestantes atacou o Gabinete de Ligação do Governo Central em Hong Kong. Os manifestantes jogaram ovos e fizeram pichações na fachada do prédio, desafiando a autoridade de Pequim depois da invasão no início de julho do Parlamento de Hong Kong.
Na China continental, o governo e a imprensa estatal também condenaram os atos de vandalismo. "Esse tipo de comportamento desafia abertamente a autoridade do governo central", declarou um porta-voz da Secretaria para os Assuntos de Hong Kong e Macau denunciando à agência Xinhua "atos absolutamente intoleráveis".
"Apoiamos as medidas necessárias tomadas pelo governo de Hong Kong para garantir a segurança dos órgãos do governo central, para preservar o Estado de direito e punir os culpados", disse.