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Grécia quebrará se não receber a ajuda em junho, diz ministro das Finanças

Se o país não receber um quinto do auxílio no valor de 12 bilhões de euros, ele estará quebrado, segundo o ministro Yorgos Papaconstantínu

A imprensa grega estampa em suas capas nesta terça-feira uma onda de pessimismo com relação às novas medidas do governo (Wikimedia Commons)

A imprensa grega estampa em suas capas nesta terça-feira uma onda de pessimismo com relação às novas medidas do governo (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 06h19.

Atenas - O ministro das Finanças grego, Yorgos Papaconstantínu, afirmou nesta terça-feira em Atenas que, se a Grécia não receber um quinto lance da ajuda externa no valor de 12 bilhões de euros em junho, o país declarará a quebra.

"A verdade é muito difícil e, se não recebermos o dinheiro por volta de 26 de junho, nos veremos obrigados a fechar a loja e declarar a impossibilidade de pagar nossas obrigações", disse o titular das Finanças em entrevista exclusiva à emissora "Skai".

O Governo está à espera que as medidas de austeridade anunciadas recebam o sinal verde dos analistas da União Europeia (UE) e do FMI, que outorgaram à Grécia um plano de ajuda trienal de 110 bilhões de euros. Os especialistas chegam a Atenas na quarta-feira.

O Governo grego decidiu avançar de forma urgente na adoção de novas medidas de austeridade para economizar 28 bilhões de euros até 2015.

Além disso, anunciou um programa imediato de privatização de empresas estatais e ativos públicos para obter outros 50 bilhões adicionais, depois de ter sido pressionado por seus parceiros da UE para que aplicasse de forma urgente novas reformas estruturais e privatizações.

Papaconstantínu atribuiu a "uma recessão mais profunda que o esperado" o fato de o déficit fiscal da Grécia ter aumentado nos primeiros quatro meses do ano a 7,246 bilhões de euros, superando as previsões em 322 milhões de euros.

O ministro reconheceu que para economizar serão dispensados empregados públicos com contratos temporários, apesar de o Governo ter tentado evitar isso, declarando que já não renovou o contrato de 30 mil deles e que com as baixas voluntárias já há 83 mil funcionários públicos a menos.

A imprensa grega estampa em suas capas nesta terça-feira uma onda de pessimismo com relação às novas medidas, com títulos como "Receita de extenuação", no jornal "Eleftheros Typos", "Terra e sangue", no diário "Vradini", e "Comoção e Terror", no periódico "Eznos".

Papaconstantínu descartou categoricamente que a Grécia estude abandonar o euro. "Neste momento, o euro é um porto protetor para nós".

O primeiro-ministro grego, Georgios Papandréu, deve reunir-se nesta terça-feira com os líderes dos partidos parlamentares da oposição para alcançar a maior coesão possível à hora de aplicar as novas medidas.

Em reunião ministerial de seis horas, Papandréu apresentou ontem um plano de 28 bilhões de euros em cortes de despesas do Estado e medidas adicionais de arrecadação de impostos.

O objetivo do Governo é reduzir o atual déficit de 10,5% do PIB a menos de 3% em 2014 e a 1% em 2015.

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