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Governo se oferece para retomar diálogo em Hong Kong

Chefe de governo estendeu a mão aos manifestantes pró-democracia e se ofereceu para retomar o diálogo

Líder de Hong Kong, Leung Chun-ying, durante coletiva de imprensa na sede do governo local (Tyrone Siu/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 11h11.

Hong Kong - O chefe do governo de Hong Kong , Leung Chun-ying, estendeu a mão aos manifestantes pró-democracia nesta quinta-feira e se ofereceu para retomar o diálogo, um gesto inesperado, uma semana depois de suspender as negociações para acabar com os protestos .

A mudança na postura do governo local foi anunciada um dia após a divulgação de um vídeo que mostrava agentes espancando brutalmente um manifestante.

"Nos últimos dias, incluindo esta manhã, informamos aos manifestantes que gostaríamos de abrir um diálogo sobre o sufrágio universal o mais rápido possível, se possível na próxima semana", anunciou Leung em uma coletiva de imprensa.

O governante se recusou a comentar o vídeo e pediu que o incidente não fosse politizado, mas garantiu que as autoridades já abriram uma investigação imparcial para esclarecer o ocorrido.

Leung reabriu, assim, a porta às discussões uma semana depois de cancelar repentinamente um primeiro encontro com os manifestantes, que exigem sua renúncia e a instauração de um verdadeiro sufrágio universal.

Ainda é preciso ver o resultado das negociações, uma vez que Pequim se nega a ceder o controle que mantém sobre os candidatos locais.

Mediar entre o possível e o impossível

O governo central chinês aceitou o princípio do sufrágio universal nas eleições de Hong Kong de 2017, mas pretende seguir controlando de perto todo o processo eleitoral e conservar o poder de veto sobre os candidatos.

E, nesta questão, é muito pouco provável que Pequim mude de opinião, como já havia avisado Leung.

"A política é a arte do possível. Devemos mediar entre o que é possível e o que é impossível", disse.

Esta ex-colônia britânica, um dos centros do capitalismo financeiro internacional, era considerada há três semanas um refúgio de paz e estabilidade.

Os protestos, que no início ganharam a simpatia dos cidadãos, perturbaram fortemente o ritmo da cidade, provocando imensos engarrafamentos e forçando o fechamento de escolas e lojas.

As manifestações perderam força, mas o bloqueio continua nos três principais locais ocupados pelos estudantes, cabeça visível do movimento de contestação.

Uso excessivo da força

As imagens divulgadas com frequência pela televisão local, que mostram vários agentes agredindo um manifestante, chocaram os ativistas que continuam nas ruas.

O vídeo mereceu inclusive uma reação de Washington, que pediu uma investigação clara e rápida sobre o ocorrido.

O chamado "movimento dos guarda-chuvas" já havia denunciado as forças de segurança por uso excessivo da força, após a utilização de bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes no dia 28 de setembro.

Além disso, acusa os agentes de permitir as chamadas tríades (a máfia chinesa) de exercer livremente a violência contra os que protestam.

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A mudança na postura do governo local foi anunciada um dia após a divulgação de um vídeo que mostrava agentes espancando brutalmente um manifestante.

"Nos últimos dias, incluindo esta manhã, informamos aos manifestantes que gostaríamos de abrir um diálogo sobre o sufrágio universal o mais rápido possível, se possível na próxima semana", anunciou Leung em uma coletiva de imprensa.

O governante se recusou a comentar o vídeo e pediu que o incidente não fosse politizado, mas garantiu que as autoridades já abriram uma investigação imparcial para esclarecer o ocorrido.

Leung reabriu, assim, a porta às discussões uma semana depois de cancelar repentinamente um primeiro encontro com os manifestantes, que exigem sua renúncia e a instauração de um verdadeiro sufrágio universal.

Ainda é preciso ver o resultado das negociações, uma vez que Pequim se nega a ceder o controle que mantém sobre os candidatos locais.

Mediar entre o possível e o impossível

O governo central chinês aceitou o princípio do sufrágio universal nas eleições de Hong Kong de 2017, mas pretende seguir controlando de perto todo o processo eleitoral e conservar o poder de veto sobre os candidatos.

E, nesta questão, é muito pouco provável que Pequim mude de opinião, como já havia avisado Leung.

"A política é a arte do possível. Devemos mediar entre o que é possível e o que é impossível", disse.

Esta ex-colônia britânica, um dos centros do capitalismo financeiro internacional, era considerada há três semanas um refúgio de paz e estabilidade.

Os protestos, que no início ganharam a simpatia dos cidadãos, perturbaram fortemente o ritmo da cidade, provocando imensos engarrafamentos e forçando o fechamento de escolas e lojas.

As manifestações perderam força, mas o bloqueio continua nos três principais locais ocupados pelos estudantes, cabeça visível do movimento de contestação.

Uso excessivo da força

As imagens divulgadas com frequência pela televisão local, que mostram vários agentes agredindo um manifestante, chocaram os ativistas que continuam nas ruas.

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O chamado "movimento dos guarda-chuvas" já havia denunciado as forças de segurança por uso excessivo da força, após a utilização de bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes no dia 28 de setembro.

Além disso, acusa os agentes de permitir as chamadas tríades (a máfia chinesa) de exercer livremente a violência contra os que protestam.

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