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Governo grego busca unidade antes de votar acordo com a 'troika'

Enquanto isso, nas ruas, os protestos e greves contra as medidas de austeridade impostas pelo pacto continuam

Enésimo protesto do ano reflete a ira popular, pois segundo todas as pesquisas, a imensa maioria dos gregos se opõe ao acordo (Louisa Gouliamaki/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2012 às 16h51.

Atenas - O Governo grego do tecnocrata Lucas Papademos e seus parceiros de coalizão reforçaram neste sábado a pressão sobre os deputados para que amanhã votem unidos a favor do acordo com a troika, enquanto nas ruas continuam os protestos e greves contra as medidas de austeridade impostas pelo pacto.

Após a renúncia nos últimos dias dos membros ultradireitistas do Governo e de vários socialistas, ao ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) só restaram seus dois parceiros majoritários, o partido social-democrata Pasok e o conservador Nova Democracia (ND).

No entanto, contam com maioria suficiente (236 deputados no Parlamento de 300 cadeiras) para levar adiante o texto negociado com a 'troika' formada pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE).

No entanto, nos últimos dias 25 deputados do Pasok e 13 do ND manifestaram sua rejeição às duras medidas de economia exigidas pelos credores internacionais, pois causarão uma drástica redução dos salários e das pensões.

Perante o temor de maiores demissões, os líderes de ambos partidos reforçaram hoje sua pressão sobre seus respectivos grupos parlamentares.

O líder do ND, Antonis Samarás, ameaçou os possíveis deputados rebeldes de não incluí-los nas listas eleitorais do pleito antecipado previsto para abril.

Porém, todos os olhares se voltaram para o Pasok, abalado por lutas internas pela presidência do partido, cujo ainda líder, o ex-primeiro-ministro Giorgos Papandreou, fez um emotivo apelo a seus parlamentares para que votem a favor do acordo com a troika.

'Perdi amigos, minha família sofreu, deixei meu cargo, fui insultado, vilipendiado, como nenhum outro político neste país. Mesmo assim, isso não é nada comparado com o que nossa gente sofrerá se não fizermos a coisa certa', afirmou Papandreou.

A tramitação do acordo na comissão parlamentar foi realizada hoje sem surpresas. O pacote de medidas será discutido amanhã no plenário da Câmara em um debate que pode durar mais de dez horas.

A votação está prevista para a meia-noite de domingo para segunda, e os deputados serão consultados em três questões: o perdão de 100 bilhões de euros da dívida em mãos privadas, o plano de recapitalização bancária e as medidas de ajuste que a 'troika' exige em troca de um crédito de 130 bilhões de euros.

Enquanto os parlamentares debatem o acordo, do lado de fora haverá uma manifestação de repulsa às medidas de austeridade, convocada por partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais.

O enésimo protesto do ano reflete a ira popular, pois segundo todas as pesquisas, a imensa maioria dos gregos se opõe ao acordo.

De fato hoje aconteceu a segunda jornada da greve geral de 48 horas convocada pelos sindicatos assim que se tornou público nesta semana quais seriam os sacrifícios da população para seguir obtendo ajuda financeira externa.

Embora a participação, tanto na greve como nas manifestações, tenha sido menor que a de ontem, os transportes (principalmente urbanos e marítimos) estiveram bloqueados.

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Atenas - O Governo grego do tecnocrata Lucas Papademos e seus parceiros de coalizão reforçaram neste sábado a pressão sobre os deputados para que amanhã votem unidos a favor do acordo com a troika, enquanto nas ruas continuam os protestos e greves contra as medidas de austeridade impostas pelo pacto.

Após a renúncia nos últimos dias dos membros ultradireitistas do Governo e de vários socialistas, ao ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) só restaram seus dois parceiros majoritários, o partido social-democrata Pasok e o conservador Nova Democracia (ND).

No entanto, contam com maioria suficiente (236 deputados no Parlamento de 300 cadeiras) para levar adiante o texto negociado com a 'troika' formada pela Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE).

No entanto, nos últimos dias 25 deputados do Pasok e 13 do ND manifestaram sua rejeição às duras medidas de economia exigidas pelos credores internacionais, pois causarão uma drástica redução dos salários e das pensões.

Perante o temor de maiores demissões, os líderes de ambos partidos reforçaram hoje sua pressão sobre seus respectivos grupos parlamentares.

O líder do ND, Antonis Samarás, ameaçou os possíveis deputados rebeldes de não incluí-los nas listas eleitorais do pleito antecipado previsto para abril.

Porém, todos os olhares se voltaram para o Pasok, abalado por lutas internas pela presidência do partido, cujo ainda líder, o ex-primeiro-ministro Giorgos Papandreou, fez um emotivo apelo a seus parlamentares para que votem a favor do acordo com a troika.

'Perdi amigos, minha família sofreu, deixei meu cargo, fui insultado, vilipendiado, como nenhum outro político neste país. Mesmo assim, isso não é nada comparado com o que nossa gente sofrerá se não fizermos a coisa certa', afirmou Papandreou.

A tramitação do acordo na comissão parlamentar foi realizada hoje sem surpresas. O pacote de medidas será discutido amanhã no plenário da Câmara em um debate que pode durar mais de dez horas.

A votação está prevista para a meia-noite de domingo para segunda, e os deputados serão consultados em três questões: o perdão de 100 bilhões de euros da dívida em mãos privadas, o plano de recapitalização bancária e as medidas de ajuste que a 'troika' exige em troca de um crédito de 130 bilhões de euros.

Enquanto os parlamentares debatem o acordo, do lado de fora haverá uma manifestação de repulsa às medidas de austeridade, convocada por partidos de esquerda, sindicatos e movimentos sociais.

O enésimo protesto do ano reflete a ira popular, pois segundo todas as pesquisas, a imensa maioria dos gregos se opõe ao acordo.

De fato hoje aconteceu a segunda jornada da greve geral de 48 horas convocada pelos sindicatos assim que se tornou público nesta semana quais seriam os sacrifícios da população para seguir obtendo ajuda financeira externa.

Embora a participação, tanto na greve como nas manifestações, tenha sido menor que a de ontem, os transportes (principalmente urbanos e marítimos) estiveram bloqueados.

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