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Governo francês apresenta novo plano de luta antiterrorista

Premiê explicou que agência de inteligência coordenará a luta antiterrorista entre diferentes serviços de inteligência e investigações judiciais

França: desde 2015, morreram 246 pessoas em diferentes atentados no país (Jeff J. Mitchell/Getty Images)

França: desde 2015, morreram 246 pessoas em diferentes atentados no país (Jeff J. Mitchell/Getty Images)

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AFP

Publicado em 13 de julho de 2018 às 20h25.

O governo francês apresentou nesta sexta-feira (13) um novo plano de combate ao terrorismo para enfrentar melhor a ameaça "endógena" (interna), que contempla o acompanhamento dos detidos que saem da prisão e a criação de uma promotoria antiterrorista.

"O terrorismo já não é teleguiado da Síria; assume o rosto de pessoas, às vezes pequenos delinquentes, ou de pessoas psicologicamente frágeis, doutrinadas ou autorradicalizadas", explicou o premiê Edouard Philippe na sede da Direção Geral de Segurança Interior (DGSI, agência de Inteligência interior) na região parisiense, ao apresentar o plano.

Desde 2015, morreram 246 pessoas em diferentes atentados em território francês.

Diante de uma ameaça "difusa e mutável", o premiê explicou que a DGSI coordenará a luta antiterrorista entre os diferentes serviços de Inteligência e as investigações judiciais.

No total, são 32 as principais disposições deste novo plano. Entre elas, a criação de uma "célula específica" para seguir, na saída da prisão, os ex-detentos "terroristas" ou radicalizados.

O acompanhamento dos que saem das prisões é um dos principais desafios da luta antiterrorista. As autoridades anteciparam que 450 detidos por "terrorismo" ou radicalização deixarão as prisões no fim de 2019.

Promotoria antiterrorista

O premiê anunciou a criação de uma promotoria antiterrorista. Os casos catalogados como tal recaíram sob a jurisdição de uma seção especial da promotoria de Paris.

"Consideramos que é necessário permitir a um promotor se dedicar em tempo integral à luta antiterrorista", explicou Philippe. Esta nova seção terá seus magistrados e funcionários.

Os principais sindicatos de magistratura, assim como a promotora-geral de Paris, Catherine Champrenault, criticaram este projeto já que, segundo eles, o funcionamento atual permite mobilizar importantes efetivos rapidamente depois de um atentado e conservar uma visão global, da pequena delinquência aos casos de terrorismo.

Um relatório do Senado, publicado esta semana, demonstra inquietação com a insuficiência das políticas de luta antiterrorista e recomenda, entre outras coisas, dar acesso aos mais de 35.000 prefeitos da França com base em dados de pessoas radicalizadas que poderiam cometer ataques, o FSPRT (na sigla em francês).

Esta base tem 20.000 nomes. Sobre este tema sensível, o primeiro-ministro anunciou que algumas "informações de caráter confidencial" poderiam ser trocadas com os prefeitos no âmbito da luta antiterrorista.

No entanto, insistiu em que os prefeitos não poderão ter "acesso livre" à base.

O novo governo francês, no poder há pouco mais de um ano, reforçou seu arsenal antiterrorista.

Este novo plano é o terceiro do tipo nos últimos anos.

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