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Governo forçou Guardian a destruir documentos de Snowden

Segundo editor do jornal, um alto funcionário do governo britânico pediu que a publicação entregasse ou destruísse o material sobre programas de espionagem

Cartazes em apoio a Snowden durante protesto em Berlim: o governo ameaçou acionar a Justiça para recuperar os documentos secretos caso o jornal não os destruísse (John Macdougall/AFP)
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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2013 às 07h36.

Londres - O governo britânico obrigou o The Guardian - sob ameaça de uma ação judicial - a destruir documentos ligados ao caso Edward Snowden , o analista de inteligência que revelou operações secretas dos Estados Unidos, informou nesta terça-feira o editor do jornal, Alan Rusbridger.

O editor afirma ter sido contactado "por um funcionário muito importante do governo, que disse representar a opinião do primeiro-ministro" David Cameron.

Alan Rusbridger teve dois encontros com o 'funcionário', que "lhe pediu a entrega ou a destruição de todo o material com o qual estávamos trabalhando".

As reuniões ocorreram no momento em que o jornal publicava as revelações de Snowden sobre os programas de vigilância eletrônica da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) e de sua correspondente britânica, o GCHQ, baseadas em milhares de documentos secretos obtidos pelo ex-analista de Inteligência.

No artigo publicado nesta terça-feira no The Guardian, Rusbridger afirma que as autoridades lhe disseram: "já se divertiu, agora queremos que nos entregue a coisa".


"Depois ocorreram vários encontros com gente menos conhecida de Whitehall" (onde está situado o gabinete do premier) e a exigência era sempre a mesma: Entregue o material Snowden ou o destrua. Já conseguiram seu debate, parem de escrever sobre isto".

Rusbridger afirma que o governo ameaçou acionar a Justiça para recuperar os documentos secretos caso o jornal não os destruísse.

"E então aconteceu um dos momentos mais estranhos da longa história do The Guardian: dois especialistas do GCHQ assistiram à destruição dos discos rígidos nos porões do jornal para assegurar que não restaria nada do interesse de agentes chineses".

A revelação ocorre um dia após o incidente envolvendo o brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista do The Guardian Glenn Greenwald, que publicou as informações vazadas por Snowden.

Miranda ficou detido durante quase nove horas no aeroporto londrino de Heathrow, com base na lei antiterrorista britânica, quando fazia escala entre Berlim e Rio de Janeiro.

O jovem de 28 anos, que vive no Rio com Greenwald, foi liberado, mas seus equipamentos eletrônicos, entre eles o computador, telefone celular, pen-drives, DVDS e jogos eletrônicos acabaram apreendidos.

Segundo Greenwald, seu companheiro foi interrogado apenas sobre as atividades da NSA, em um procedimento que "abusou totalmente da lei antiterrorista britânica, por razões que nada têm a ver com o terrorismo".

A detenção estava destinada, "evidentemente, a intimidar aqueles que trabalham sobre a NSA e seu equivalente britânico GCHQ de um ponto de vista jornalístico", concluiu Greenwald.

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Londres - O governo britânico obrigou o The Guardian - sob ameaça de uma ação judicial - a destruir documentos ligados ao caso Edward Snowden , o analista de inteligência que revelou operações secretas dos Estados Unidos, informou nesta terça-feira o editor do jornal, Alan Rusbridger.

O editor afirma ter sido contactado "por um funcionário muito importante do governo, que disse representar a opinião do primeiro-ministro" David Cameron.

Alan Rusbridger teve dois encontros com o 'funcionário', que "lhe pediu a entrega ou a destruição de todo o material com o qual estávamos trabalhando".

As reuniões ocorreram no momento em que o jornal publicava as revelações de Snowden sobre os programas de vigilância eletrônica da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) e de sua correspondente britânica, o GCHQ, baseadas em milhares de documentos secretos obtidos pelo ex-analista de Inteligência.

No artigo publicado nesta terça-feira no The Guardian, Rusbridger afirma que as autoridades lhe disseram: "já se divertiu, agora queremos que nos entregue a coisa".


"Depois ocorreram vários encontros com gente menos conhecida de Whitehall" (onde está situado o gabinete do premier) e a exigência era sempre a mesma: Entregue o material Snowden ou o destrua. Já conseguiram seu debate, parem de escrever sobre isto".

Rusbridger afirma que o governo ameaçou acionar a Justiça para recuperar os documentos secretos caso o jornal não os destruísse.

"E então aconteceu um dos momentos mais estranhos da longa história do The Guardian: dois especialistas do GCHQ assistiram à destruição dos discos rígidos nos porões do jornal para assegurar que não restaria nada do interesse de agentes chineses".

A revelação ocorre um dia após o incidente envolvendo o brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista do The Guardian Glenn Greenwald, que publicou as informações vazadas por Snowden.

Miranda ficou detido durante quase nove horas no aeroporto londrino de Heathrow, com base na lei antiterrorista britânica, quando fazia escala entre Berlim e Rio de Janeiro.

O jovem de 28 anos, que vive no Rio com Greenwald, foi liberado, mas seus equipamentos eletrônicos, entre eles o computador, telefone celular, pen-drives, DVDS e jogos eletrônicos acabaram apreendidos.

Segundo Greenwald, seu companheiro foi interrogado apenas sobre as atividades da NSA, em um procedimento que "abusou totalmente da lei antiterrorista britânica, por razões que nada têm a ver com o terrorismo".

A detenção estava destinada, "evidentemente, a intimidar aqueles que trabalham sobre a NSA e seu equivalente britânico GCHQ de um ponto de vista jornalístico", concluiu Greenwald.

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