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Governo britânico estende prazo para inscrição em referendo

A medida foi tomada após o colapso, nesta terça-feira, do site destinado aos registros, que preocupou os partidários favoráveis pela permanência do país na UE


	Reino Unido: a medida foi tomada após o colapso, nesta terça-feira, do site destinado aos registros, que preocupou os partidários favoráveis pela permanência do país na UE
 (Reprodução/EXAME.com/Getty Images)

Reino Unido: a medida foi tomada após o colapso, nesta terça-feira, do site destinado aos registros, que preocupou os partidários favoráveis pela permanência do país na UE (Reprodução/EXAME.com/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2016 às 13h57.

O governo britânico anunciou nesta quarta-feira que pretende estender até meia-noite de quinta-feira o prazo de inscrições no referendo da União Europeia de 23 de junho, em resposta ao colapso do site destinado aos registros.

A medida será votada na quinta-feira pelo Parlamento, mas todos os partidos expressaram seu apoio à medida após o colapso ocorrido pouco antes da meia-noite de terça-feira, o limite original.

"Apresentaremos legislação secundária para estender o prazo até amanhã à meia-noite", anunciou Matt Hanckock, secretário de Estado do Gabinete, em um comunicado.

O incidente de terça-feira preocupou particularmente os partidários da permanência na União Europeia, que acreditam na mobilização dos jovens, que são mais propensos a deixar as inscrições e o voto para o último minuto.

Meio milhão de pessoas se inscreveram na terça-feira. Cerca de 132.000 delas tinham menos de 25 anos, e 13.000 tinham entre 65 e 74 anos.

O primeiro-ministro, David Cameron, pediu que as pessoas continuem se registrando à espera de determinar de que forma o erro será corrigido.

"As pessoas devem continuar se inscrevendo hoje. A Comissão Eleitoral se manifestou nesta manhã, pedindo ao governo que considere as opções para estender efetivamente o prazo. Elas podem incluir medidas legislativas", disse Cameron no Parlamento. O primeiro-ministro defende a permanência na UE.

Por sua vez, mais cedo a Comissão Eleitoral pediu que o governo considerasse reabrir o prazo ou estendê-lo.

A sugestão da Comissão, que supervisiona a seriedade do processo eleitoral, foi feita depois dos apelos de muitos líderes políticos pela extensão do prazo, que terminava na terça-feira, um minuto antes da meia-noite.

"Desculpe, temos problemas técnicos. Por favor, tente novamente em alguns minutos", afirmava a mensagem com a qual se deparavam os que tentavam se registrar no site na terça-feira, perto do prazo de meia-noite.

Sem ter resolvido o problema, a Comissão Eleitoral, que supervisiona a organização do referendo, anunciou à 00h01 desta quarta: "O limite para se registrar para o referendo acabou. Se você não se registrou, não poderá votar".

Oposição pede ao governo para agir

"É a primeira vez em que temos este problema particular, mas é outro exemplo do tipo de problemas que experimentamos nos últimos 15 anos e um indicador geral de um sistema eleitoral sob autêntica pressão", disse à AFP Stuart Wilks-Heeg, que lidera o departamento de ciência política da Universidade de Liverpool e especialista no sistema eleitoral britânico.

Trabalhistas, democrata-liberais e ecologistas pediram que o prazo seja reaberto.

"Dizem-me que a página gov.uk/register-to-vote estava bloqueada, impedindo o registro para votar no referendo sobre a UE" de 23 de junho, escreveu o líder do partido trabalhista britânico, James Corbyn, no Twitter.

"Se for assim, é preciso estender o prazo" de inscrição, acrescentou.

O governo explicou em sua conta oficial no Twitter que os problemas ocorreram devido a uma "demanda sem precedentes" que levou ao colapso do site.

O líder dos democrata-liberais, Tim Farron, estimou que os problemas poderiam ser "um duro golpe" aos partidários da permanência na UE.

"É preciso dar às pessoas mais um dia para exercer seu direito democrático", acrescentou em um comunicado.

Nesta quarta-feira, segundo a média de seis pesquisas elaborada pelo site WhatUKThinks, os partidários da permanência na UE recuperaram a vantagem cedida no dia anterior e superavam por 51% a 49% os defensores do Brexit.

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