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Governo argentino fecha Instituto Nacional contra a Discriminação, Xenofobia e Racismo

Ao ser questionado sobre o que ocorrerá com os trabalhadores do órgão, o porta-voz do governo adiantou que um empregado extra não tem razão de existir

O Inadi foi fundado em 1995, mas começou suas tarefas em 1997 (Tomas Cuesta/Getty Images)

O Inadi foi fundado em 1995, mas começou suas tarefas em 1997 (Tomas Cuesta/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de fevereiro de 2024 às 13h10.

O governo argentino decidiu nesta quinta-feira encerrar o Instituto Nacional contra a Discriminação, a Xenofobia e o Racismo (Inadi), informou o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em conferência de imprensa.

"Foi tomada a decisão de avançar com o desmantelamento de institutos que não servem absolutamente para nada, como o Inadi", disse Adorni ao enquadrar o encerramento da organização que luta contra a discriminação e ajuda as suas vítimas no plano para reduzir o Estado do presidente ultraliberal Javier Milei.

Ao ser questionado sobre o que ocorrerá com os trabalhadores do órgão, o porta-voz do governo adiantou que, um empregado extra não tem razão de existir, e classificou como injusto um argentino ter que pagar este profissional com seu sacrifício e trabalho. O porta-voz também informou que o governo de Javier Milei está decidido a encerrar com as atividades de diversos outros institutos.

"Nós sempre dissemos que o Estado precisa encolher, é o nosso plano de governo. Adoraríamos que estivesse fechado hoje, mas hoje começamos com questões administrativas. Em alguns casos será por decreto e em outros por decisão de cada ministro", explicou Adorni.

A Gestão de Inadi

O Inadi foi fundado em 1995, mas começou suas tarefas em 1997. Seu objetivo principal é elaborar políticas nacionais para combater toda forma de discriminização, xenofobia e racismo, com intuito de fomentar uma sociedade mais diversa e igualitária.

Pouco a pouco o instituto foi ganhando força, mas também acumulou críticas. Durante o governo de Alberto Fernández, por exemplo, o Inadi foi comandado por Victoria Donda. Neste período, o Inadi teve uma sede central e 43 espalhadas pelo país. Antes da pandemia eram apenas 27.

Mas uma das principais polêmicas ocorreu em 2022, quando foi distribuído um manual aos jornalistas que iriam cobrir o mundial de futebol no Qatar destinado a evitar o uso de expressões, cânticos e estereótipos nas transmissões das partidas.

Na época, a oposição do antigo governo questionou a utilização de recursos para elaboração do manual e sinalizou que o documento se mostrava pouco efetivo.

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