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Gorbachev pede anulação da eleição e sugere repetição do pleito

Para o ex-presidente soviético, os dirigentes do país devem admitir a ocorrência de fraudes nas eleições

Mikhail Gorbachev: 'a cada dia que passa cresce o número de russos que consideram que os resultados do pleito não foram limpos' (Martin Bernetti/AFP)

Mikhail Gorbachev: 'a cada dia que passa cresce o número de russos que consideram que os resultados do pleito não foram limpos' (Martin Bernetti/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2011 às 09h47.

Moscou - O ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev pediu nesta quarta-feira às autoridades da Rússia que anulem os resultados das eleições parlamentares de domingo e convoquem um novo pleito.

'Os dirigentes do país devem admitir a ocorrência de inúmeras falsificações e fraudes, e que os resultados não refletem a vontade dos eleitores', disse Gorbachev à agência 'Interfax'.

Por isso, acrescentou, 'considero que as atuais autoridades devem adotar uma só decisão: anular os resultados das eleições e celebrar novas'.

O ex-líder soviético indicou que 'a cada dia que passa cresce o número de russos que consideram que os resultados do pleito não foram limpos'.

'Da minha maneira de ver, fazer caso omisso da opinião pública mina o prestígio da autoridade e desestabiliza a situação', declarou Gorbachev.


As declarações do político cujas reformas mudaram o mundo no último quarto do século 20 ocorrem após dois dias de protestos populares em várias cidades da Rússia, com saldo de 1 mil detidos.

Os manifestantes denunciam que as eleições foram fraudulentas para favorecer à Rússia Unida (RU), o partido do primeiro-ministro Vladimir Putin.

Pelos dados oficiais, apurado 99,9% dos votos, a RU obteve 49,3% das cédulas, o que representa 238 dos 450 cadeiras da Duma, a câmara baixa do Parlamento russo.

Todos os setores opositores foram unânimes ao denunciar graves irregularidades no pleito de domingo.

Gennady Zyuganov, o líder do Partido Comunista, a segunda legenda mais votada, denunciou que os resultados do pleito foram falsificados para favorecer o Governo.

Para este dirigente, o Governo atribuiu a si próprio até 15% a mais de votos do que realmente obteve nas urnas. EFE

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