Global Air diz que acidente que matou 112 em Cuba ocorreu por falha humana
Diretor da companhia disse que investigações das autoridades cubanas revelaram que os pilotos decolaram com um um "ângulo de subida muito pronunciado"
EFE
Publicado em 16 de julho de 2018 às 17h45.
Cidade do México - A companhia aérea mexicana Global Air, proprietária do avião que caiu no último dia 18 de maio, em Havana , deixando 112 mortos, afirmou nesta segunda-feira que o acidente foi provocada por uma falha dos pilotos.
O diretor-geral da Global Air, Manuel Rodríguez, explicou em comunicado que as investigações realizadas pelas autoridades cubanas revelaram que os pilotos decolaram com um um "ângulo de subida muito pronunciado, criando uma falta de sustentação que trouxe como consequência a queda da aeronave".
O avião era operado pela Cubana de Aviación e caiu pouco depois de decolar do aeroporto de Havana rumo a Holguín, cidade na qual residiam 67 das 112 vítimas.
A cubana Mailén Díaz Almaguer, única sobrevivente do acidente aéreo, segue internada no hospital e responde favoravelmente aos tratamentos, mas seu estado é crítico devido aos problemas respiratórios decorrentes da queda.
Na mesma nota, o diretor da Global Air acusou as autoridades mexicanas de terem suspendido ilegalmente as atividades de sua empresa, afirmando que a motivação para isso foi a "incompetência e a má fé" de quatro funcionários e outros dois ex-trabalhadores.
Um ex-piloto e um ex-comissário da companhia denunciaram à imprensa que o acidente era quase "anunciado" devido às "condições absolutamente inseguras" dos voos da empresa.
"Depois destas declarações, as autoridades aeronáuticas mandam suspender as atividades da companhia sem saber as causas do acidente", criticou o diretor-geral da Global Air.
Para Rodríguez, as afirmações dos ex-funcionários são "midiáticas" e visam obter "um lucro oculto".
O diretor da companhia afirmou que a suspensão e a revisão técnica extraordinária realizadas pela Direção Geral de Aeronáutica Civil após o acidente foram feitas de maneira ilegal.
"O órgão tem sérias deficiências de pessoal. Eles não têm experiência ou trabalham sob pressão para encontrar supostas irregularidades e com isso sustentar seus procedimentos ilegais", reclamou o diretor-geral da Global Air.
A empresa foi bastante criticada depois do acidente por ter se negado a prestar esclarecimentos à imprensa e por não dispor de um site ou de redes sociais ativas.