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Gaza celebra fim do Ramadã isolada e imersa em crise

Palestinos da Faixa de Gaza celebram festa que marca o fim do Ramadã em um crescente isolamento motivado pela mudança de regime no Egito

Ataques em Gaza: pobreza na região supera 60% e o desemprego chegou a 35%, segundo estatísticas (AFP / Jack Guez)
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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2013 às 14h47.

Gaza - Os palestinos da Faixa de Gaza celebram nesta quinta-feira o primeiro dos três dias do Eid ul-Fitr, festa que marca o fim do jejum do Ramadã, em um crescente isolamento motivado pela mudança de regime no Egito e pela destruição de 80% dos túneis que abasteciam a região a partir do Sinai.

A dura rotina da Faixa de Gaza, onde vivem 1,5 milhão de palestinos, a maioria em condições de pobreza, fica mais animada durante festas como a que começou nesta quinta-feira em quase todo o mundo muçulmano, e que encerra o mês de jejum do Ramadã.

"Nós, vendedores de Gaza, experimentamos uma severa queda nos negócios ao longo do ano. Esperamos a grande temporada do Eid, ou o início do ano letivo, para compensar nossas perdas", disse Ahmed Helmi, comerciante de uma loja de acessórios femininos do centro da capital Gaza.

De acordo com estatísticas internacionais e palestinas, a pobreza supera 60% e o desemprego chegou a 35%.

Apesar da situação econômica difícil que a grande maioria dos palestinos enfrenta, o coração de Gaza ficou cheio de gente nos últimos dias e a rotina foi interrompida pelos engarrafamentos e pela presença massiva de homens, mulheres e crianças com sacolas de presentes.


Os economistas atribuem a grave situação econômica, por um lado, aos efeitos do bloqueio israelense, que impede a entrada de trabalhadores no território por motivos de segurança e por outro, da divisão interna entre os próprios palestinos, com um governo em Gaza e outro na Cisjordânia, o que dificulta um desenvolvimento sustentável.

A queda do presidente islamita do Egito, Mohamed Mursi, e a campanha militar no Sinai contra extremistas islâmicos também isolaram ainda mais a região.

Um relatório do exército egípcio apontava ontem que, durante o mês de julho, suas forças destruíram 102 túneis e 40 depósitos com 2,7 milhões de litros de combustível de contrabando para a faixa palestina.

Os túneis eram uma das vias de abastecimento da faixa frente ao bloqueio israelense, que impede a livre entrada de materiais de uso civil e militar.

"A maior parte dos túneis foi destruída nas duas ofensivas israelenses em Gaza, em 2009 e 2012 e, mais recentemente, pelo exército egípcio, em particular após a queda de Mursi", afirmou Omer Shaban, economista de um centro de análise estratégica com sede na faixa.

O movimento islamita informa em comunicado que o fim da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, e a destruição dos túneis na região, ajudam "a ocupação israelense a reforçar o bloqueio e a destruir a economia", e diz que "a faixa em breve enfrentará uma verdadeira crise humanitária".

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Gaza - Os palestinos da Faixa de Gaza celebram nesta quinta-feira o primeiro dos três dias do Eid ul-Fitr, festa que marca o fim do jejum do Ramadã, em um crescente isolamento motivado pela mudança de regime no Egito e pela destruição de 80% dos túneis que abasteciam a região a partir do Sinai.

A dura rotina da Faixa de Gaza, onde vivem 1,5 milhão de palestinos, a maioria em condições de pobreza, fica mais animada durante festas como a que começou nesta quinta-feira em quase todo o mundo muçulmano, e que encerra o mês de jejum do Ramadã.

"Nós, vendedores de Gaza, experimentamos uma severa queda nos negócios ao longo do ano. Esperamos a grande temporada do Eid, ou o início do ano letivo, para compensar nossas perdas", disse Ahmed Helmi, comerciante de uma loja de acessórios femininos do centro da capital Gaza.

De acordo com estatísticas internacionais e palestinas, a pobreza supera 60% e o desemprego chegou a 35%.

Apesar da situação econômica difícil que a grande maioria dos palestinos enfrenta, o coração de Gaza ficou cheio de gente nos últimos dias e a rotina foi interrompida pelos engarrafamentos e pela presença massiva de homens, mulheres e crianças com sacolas de presentes.


Os economistas atribuem a grave situação econômica, por um lado, aos efeitos do bloqueio israelense, que impede a entrada de trabalhadores no território por motivos de segurança e por outro, da divisão interna entre os próprios palestinos, com um governo em Gaza e outro na Cisjordânia, o que dificulta um desenvolvimento sustentável.

A queda do presidente islamita do Egito, Mohamed Mursi, e a campanha militar no Sinai contra extremistas islâmicos também isolaram ainda mais a região.

Um relatório do exército egípcio apontava ontem que, durante o mês de julho, suas forças destruíram 102 túneis e 40 depósitos com 2,7 milhões de litros de combustível de contrabando para a faixa palestina.

Os túneis eram uma das vias de abastecimento da faixa frente ao bloqueio israelense, que impede a livre entrada de materiais de uso civil e militar.

"A maior parte dos túneis foi destruída nas duas ofensivas israelenses em Gaza, em 2009 e 2012 e, mais recentemente, pelo exército egípcio, em particular após a queda de Mursi", afirmou Omer Shaban, economista de um centro de análise estratégica com sede na faixa.

O movimento islamita informa em comunicado que o fim da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, e a destruição dos túneis na região, ajudam "a ocupação israelense a reforçar o bloqueio e a destruir a economia", e diz que "a faixa em breve enfrentará uma verdadeira crise humanitária".

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