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G20 exibe consensos aparentes e conflitos evidentes

Os líderes estão de acordo que a economia global se recupera, embora alertem que isso ocorra em ritmo lento e pouco sólido

Chefes de estado dos Brics após reunião do G20: emergentes chegaram à cúpula que começou hoje com um assunto de última hora (Sergei Karpukhin/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 19h21.

São Petersburgo - O primeiro dia da cúpula dos líderes do G20 em São Petersburgo, na Rússia, terminou com a clássica imagem de consenso nos principais assuntos econômicos, mas também com a encenação de toda uma galeria de conflitos soterrados entre os países desenvolvidos e os emergentes.

Os líderes estão de acordo que a economia global se recupera, embora alertem que isso ocorra em ritmo lento e pouco sólido, motivo pelo qual um possível relaxamento pode ter graves consequências, como recair em uma nova crise econômica e financeira.

As receitas para evitar o desastre, no entanto, costumam botar em campos opostos as economias mais desenvolvidas do Ocidente e os países emergentes, com os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) à frente.

Os emergentes chegaram à cúpula que começou hoje no Palácio de Constantino da antiga capital imperial russa com um assunto de última hora que, segundo eles, provocou fortes quedas em suas divisas nacionais.

Apenas o anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que cogita retirar os estímulos monetários ao dólar suscitou uma fuga de capitais na maioria dos emergentes.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu durante a primeira sessão plenária dos líderes do G20 que seu país suavizará gradualmente a política de flexibilização quantitativa, medida que usam alguns bancos centrais para injetar dinheiro na economia e estimular assim seu crescimento.

Segundo as agências russas, o Fed recompra mensalmente ativos no valor de US$ 85 bilhões.

Os desenvolvidos, por sua parte, criticam com dureza as medidas protecionistas adotadas por muitos emergentes do G20 e insistem que só um comércio aberto e livre pode garantir o crescimento econômico em escala mundial, como ressaltou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.


Brasil e Argentina, como dois países citados pela Comissão, se defendem e assinalam que cumprem todas as normas da Organização Mundial do Comércio, cuja reforma quer propor, por outra parte, o anfitrião da reunião internacional, o presidente russo Vladimir Putin.

A Rússia, recém ingressada na OMC após quase duas décadas de negociação e um dos países do grupo mais protecionista, busca o apoio de outros emergentes para introduzir nas regras desta organização a possibilidade de adotar em momentos pontuais de crise salvaguardas para as economias nacionais.

Ao término do primeiro dia da cúpula, o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, anunciou que os líderes do G20 apoiaram um plano para fomentar o crescimento econômico e a criação de emprego.

O citado plano, que inclui um conjunto de medidas para impulsionar o crescimento e reduzir o desemprego, "se refere à necessidade de adotar medidas para estimular o investimento e prevenir a volatilidade do fluxo de capitais".

Por sua vez, o grupo também aprovou hoje um plano para prevenir a erosão da base impositiva.

A maioria de países presentes na cúpula também mostraram sua intenção de continuar reduzindo sua dívida soberana e seus déficit orçamentários tanto em médio como longo prazo.

A esse respeito, o G20 concluiu que a consolidação fiscal não é um obstáculo para o crescimento econômico, já que estimula os investimentos.

Durante a cúpula também foi decidido revisar a atuação de algumas agências de classificação de risco e a objetividade de suas avaliações, tendo conta seu impacto no mercado e na imagem das economias que analisam.

Além disso, foi elaborada uma lista de 28 grandes bancos e nove seguradoras que não podem decretar falência em nenhum caso e se pôs sobre a mesa uma nova série de exigências a seus acionistas

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Os emergentes chegaram à cúpula que começou hoje no Palácio de Constantino da antiga capital imperial russa com um assunto de última hora que, segundo eles, provocou fortes quedas em suas divisas nacionais.

Apenas o anúncio do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que cogita retirar os estímulos monetários ao dólar suscitou uma fuga de capitais na maioria dos emergentes.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu durante a primeira sessão plenária dos líderes do G20 que seu país suavizará gradualmente a política de flexibilização quantitativa, medida que usam alguns bancos centrais para injetar dinheiro na economia e estimular assim seu crescimento.

Segundo as agências russas, o Fed recompra mensalmente ativos no valor de US$ 85 bilhões.

Os desenvolvidos, por sua parte, criticam com dureza as medidas protecionistas adotadas por muitos emergentes do G20 e insistem que só um comércio aberto e livre pode garantir o crescimento econômico em escala mundial, como ressaltou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.


Brasil e Argentina, como dois países citados pela Comissão, se defendem e assinalam que cumprem todas as normas da Organização Mundial do Comércio, cuja reforma quer propor, por outra parte, o anfitrião da reunião internacional, o presidente russo Vladimir Putin.

A Rússia, recém ingressada na OMC após quase duas décadas de negociação e um dos países do grupo mais protecionista, busca o apoio de outros emergentes para introduzir nas regras desta organização a possibilidade de adotar em momentos pontuais de crise salvaguardas para as economias nacionais.

Ao término do primeiro dia da cúpula, o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, anunciou que os líderes do G20 apoiaram um plano para fomentar o crescimento econômico e a criação de emprego.

O citado plano, que inclui um conjunto de medidas para impulsionar o crescimento e reduzir o desemprego, "se refere à necessidade de adotar medidas para estimular o investimento e prevenir a volatilidade do fluxo de capitais".

Por sua vez, o grupo também aprovou hoje um plano para prevenir a erosão da base impositiva.

A maioria de países presentes na cúpula também mostraram sua intenção de continuar reduzindo sua dívida soberana e seus déficit orçamentários tanto em médio como longo prazo.

A esse respeito, o G20 concluiu que a consolidação fiscal não é um obstáculo para o crescimento econômico, já que estimula os investimentos.

Durante a cúpula também foi decidido revisar a atuação de algumas agências de classificação de risco e a objetividade de suas avaliações, tendo conta seu impacto no mercado e na imagem das economias que analisam.

Além disso, foi elaborada uma lista de 28 grandes bancos e nove seguradoras que não podem decretar falência em nenhum caso e se pôs sobre a mesa uma nova série de exigências a seus acionistas

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