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Futuro do Partido Republicano na balança com julgamento político de Trump

Os republicanos se preparavam para uma batalha sobre o futuro do seu partido depois que o ex-presidente Donald Trump trocou de advogados dias antes de seu julgamento político

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (Jim Bourg/Reuters)
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AFP

Publicado em 31 de janeiro de 2021 às 19h44.

Os republicanos se preparavam neste domingo, 31, para uma batalha sobre o futuro do seu partido depois que o ex-presidente Donald Trump trocou de advogados dias antes de seu julgamento político, em um aparente sinal de que continuará sustentando que houve fraude nas eleições de 2020.

O início do julgamento de Trump no Senado está previsto para 9 de fevereiro, mas o magnata surpreendeu todos ao se desvincular dos seus advogados depois que, segundo informes, a equipe jurídica se recusou a centrar sua defesa em suas afirmações infundadas de fraude nas eleições que perdeu em novembro, ao invés de se concentrar em questões constitucionais.

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Este julgamento por suspeita de "incitamento à insurreição", no âmbito da invasão ao Capitólio por parte de seus apoiadores, evidenciou um racha entre os leais a Trump que dominam o Partido Republicano e sua ala moderada.

"O julgamento do Senado vai exigir de todos os republicanos tomar uma posição mais clara", disse o governador do Arkansas, Asa Hutchinson, ao programa "This Week", da rede ABC.

"O presidente Trump ajudou a construir o partido nos últimos quatro anos, espero que não ajude destruir o partido nos próximos quatro anos", disse.

"Temos que respeitar as pessoas que apoiaram Donald Trump.... Mas ao mesmo tempo, não queremos passar por cima das ações terríveis que ocorreram no Capitólio", expressou.

É cada vez mais provável que Trump se livre da condenação, devido ao apoio do seu partido no Senado, onde todos exceto cinco republicanos já apoiaram uma tentativa de indeferir o caso por motivos constitucionais.

Mas é certo que no âmbito do julgamento são traçadas linhas de batalha sobre quem controla o partido após a derrota de Trump.

Em 6 de janeiro, Trump fez um discurso enérgico em frente à Casa Branca, exortando seus seguidores a marchar rumo ao Capitólio para protestar durante a sessão legislativa dedicada a certificar a vitória de Joe Biden, que considera fraudulenta, sem apresentar provas.

Em seguida, os manifestantes invadiram violentamente os edifícios do Capitólio, produzindo cenas que choraram o país e o mundo. Os distúrbios deixaram cinco mortos.

Trump continua no comando?

"Os comentários do presidente esse dia foram em parte responsáveis pelo que aconteceu, pela terrível violência", avaliou o senador republicano Rob Portman à CNN. "O que fez foi errado e é imperdoável", destacou.

"Sou membro do júri. Vou manter a mente aberta enquanto atravessamos isto (o julgamento). Mas acho que este tema da constitucionalidade deve ser abordado. Estaríamos condenando um cidadão privado, alguém que está fora do cargo. Isso estabelece um precedente", alegou.

Adam Kinzinger, um dos dez republicanos na Câmara de Representantes que votaram por um julgamento político no começo deste mês, disse neste domingo que Trump está "desesperado para continuar parecendo que está liderando o partido".

"Temos que deixar de ser o partido que defende inclusive uma insurreição, um agente de polícia morto e outros americanos mortos no Capitólio", destacou Kinzinger à rede NBC.

Embora se digam contrários ao julgamento de Trump, os senadores republicanos estão impulsionando esforços para censurá-lo por seu papel nos distúrbios.

Mas embora uma condenação vá dar lugar a uma votação a definir por maioria simples se é possível proibir Trump de ocupar um cargo público no futuro, uma moção de censura não terá este resultado.

As divisões nas fileiras republicanas ficaram mais evidentes ainda nos últimos dias pela legisladora recém-eleita Marjorie Taylor Greene, que promoveu teorias da conspiração impulsionadas pelo movimento de extrema direita QAnon e apoiou as afirmações falsas de fraude eleitoral de Trump.

Os líderes do partido estão sob uma pressão crescente para tomar medidas contra a legisladora, que em publicações online anteriores se mostrou favorável a executar democratas e afirmou que tiroteios trágicos registrados em centros estudantis nos últimos anos foram organizados para socavar o apoio aos direitos de compra, porte e uso de armas.

Mas Taylor Greene tem se mantido desafiadora e sustentou no sábado em sua conta no Twitter que teve uma "GRANDE conversa telefônica" com Trump, ao mesmo tempo em que se apresenta como o novo destaque da ala trumpista do partido.

Trump, que deixou a Casa Branca e se radicou na Flórida antes da posse de Biden, disse que quer continuar ativo na política de alguma forma.

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