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Futebol suscita o amor pátrio e o entusiasmo nos EUA

Bons resultados na Copa do Mundo acenderam o amor pela pátria em um esporte considerado secundário no país

Torcedores comemoram a classificação dos EUA para a segunda fase da Copa, na Califórnia (Lucy Nicholson/Reuters)

Torcedores comemoram a classificação dos EUA para a segunda fase da Copa, na Califórnia (Lucy Nicholson/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 23h04.

Washington - Os bons resultados da seleção americana na Copa do Mundo acenderam o amor pela pátria em um esporte considerado secundário no país, mas que parou nesta quinta-feira para assistir à partida contra a Alemanha, e conquistou até o presidente Barack Obama.

Os compromissos oficiais continuam no mesmo ritmo para Obama, e hoje sua agenda incluía uma visita a Mineápolis, mas o horário do voo do presidente não foi impedimento para ele assistir ao jogo.

Junto com sua assessora Valerie Jarrett e outros membros da equipe, Obama acompanhou a partida na televisão da sala de conferências do Air Force One, equipado para qualquer eventualidade.

"Tenho que começar cumprimentando nosso time de futebol", disse ao chegar a Mineápolis em um encontro com cidadãos, ao lembrar que apesar de os Estados Unidos terem perdido por 1 a 0, passou para as oitavas de final.

"Estávamos no grupo mais difícil e conseguimos, portanto ainda podemos ganhar", disse entre aplausos e gritos encorajando à equipe.

Apesar dos bares e restaurantes chamarem a atenção para o Mundial com ofertas para desfrutar de bebidas e comida enquanto veem em telões os jogos da Copa, eles chamaram a atenção mais entre latinos e europeus do que entre americanos.

Em Chicago, cidade natal de Obama, milhares de pessoas se reuniram em uma festa para ver o jogo em telões no Grant Park de Chicago, onde 20 mil pessoas se reuniram no domingo para ver a partida contra Portugal.

A praça de Dupont Circle, em Washington, também concentrou hoje centenas de torcedores em um encontro patrocinado pela embaixada da Alemanha, onde foram entregues bandeiras dos dois países, tudo muito diplomático, levando em conta que o treinador da seleção americana é alemão.

Dupont Circle, um pequeno parque no centro da capital, foi o centro das celebrações espanholas pelo Mundial em 2010 nesta cidade infestada de funcionários internacionais, onde é possível encontrar torcedores de todas as equipes.

Outro flerte político com o futebol foi o da porta-voz adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf, que em sua entrevista coletiva diária, que começou mais cedo do que o habitual talvez para dar tempo para ver o jogo, deixou de lado a formalidade habitual e apareceu vestida com um agasalho esportivo azul marinho com as letras "USA" em vermelho e branco, cores da bandeira americana.

"Estamos aqui como representantes dos Estados Unidos e a Copa do Mundo é um grande evento internacional", disse Harf, que admitiu que se transformou em uma "grande torcedora" de futebol e ressaltou que tanto o esporte como a diplomacia unem pessoas e nações.

O presidente Obama anunciou hoje a delegação americana que virá ao Brasil para assistir a final da Copa, em 13 de julho no Rio de Janeiro, liderada pela subsecretária de Estado para Administração e Recursos, Heather Higginbottom.

Os Estados Unidos tiveram presença oficial durante o Mundial. O vice-presidente, Joe Biden, viajou para Natal no último dia 16, dentro uma viagem oficial para apoiar à seleção nacional em sua primeira partida, vencida pelos americanos.

No blog da Casa Branca um apaixonado Biden, autodeclarado "fanático" dos esportes contava que "foi um jogo incrível, desde o primeiro minuto até o último, e nossos rapazes fizeram com que todo o país se sentisse orgulhoso".

Biden, que se reuniu com os jogadores, muitos deles de dupla nacionalidade, destacou a diversidade da equipe liderada pelo alemão Jurgen Klinsmann, também porque "representa o amálgama de talento extraordinário que os Estados Unidos têm".

Apesar de tanta paixão, o futebol não é tão popular, nem tão bem sucedido, como o beisebol ou o futebol americano nos EUA e é um esporte em que se destaca principalmente a seleção feminina, campeãs do mundo duas vezes.

Em uma recente pesquisa do "Washington Post-ABC", 28% dos americanos disseram que veriam a Copa do Mundo, mas que para 28% dos entrevistados o futebol é um "grande aborrecimento" e apenas 19% o consideram "emocionante".

Nos Estados Unidos 94,5 milhões de pessoas (31%) viram pelo menos 20 minutos seguidos da última Copa do Mundo, 19% a mais que em 2006, segundo um estudo do Pew Center, que destacou que no Brasil 80% da população viu pelo menos os mesmos 20 minutos em 2010.

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