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Fundo de ajuda climática é inadequado, diz China

Promessas de países ricos de quase US$ 10 bilhões a um fundo verde para ajudar países pobres a lidar com o aquecimento global é insuficiente, segundo a China


	Aquecimento global: delegação chinesa pediu a todos os países ricos para aprofundar cortes nas emissões de gases
 (Getty Images)

Aquecimento global: delegação chinesa pediu a todos os países ricos para aprofundar cortes nas emissões de gases (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 22h12.

Lima - Promessas de países ricos de quase 10 bilhões de dólares a um fundo verde para ajudar países pobres a lidar com o aquecimento global estão "longe de serem suficientes", especialmente a falta de compromisso da Austrália, afirmou o chefe da delegação da China na conferência climática da ONU nesta quinta-feira.

Su Wei também pediu a todos os países ricos para aprofundar seus cortes previstos nas emissões de gases do efeito estufa, sinalizando que um anúncio conjunto da China e dos Estados Unidos no mês passado sobre reduções nas emissões não significa o fim das diferenças profundas na política climática.

Falando durante as negociações em Lima, Su disse que as promessas dos doadores, no mês passado, totalizando 9,7 bilhões de dólares para um novo Fundo Verde do Clima da Organização das Nações Unidas, para ajudar as nações em desenvolvimento a reduzir as emissões e a se adaptar às mudanças climáticas, eram apenas uma pequena parte do dinheiro necessário.

"Está longe de ser adequado", disse ele em uma entrevista coletiva, notando que os países desenvolvidos concordaram em 2009 a mobilizar 100 bilhões de dólares por ano, a partir de fontes públicas e privadas, até 2020 para ajudar os países pobres que lutam contra secas, ondas de calor, inundações e elevação dos níveis dos mares.

"Ainda há uma grande diferença em relação à meta de 100 bilhões de dólares por ano até 2020", disse ele.

A Austrália é o principal país desenvolvido que não tem contribuído para o fundo, alegando que prefere, por ora, se concentrar em programas de ajuda interna.

"Não é uma boa notícia (sobre) a Austrália, se é verdade que o país se recusa a dar dinheiro para o fundo", disse Su. Os maiores doadores são os Estados Unidos, com até 3 bilhões de dólares, e o Japão, com 1,5 bilhão de dólares.

Representantes de cerca de 190 países estão reunidos no Peru, para trabalhar em um acordo climático da ONU previsto para ser aprovado em Paris no ano que vem.

Os países em desenvolvimento queriam 15 bilhões de dólares para o Fundo Verde até o início da cúpula climática em Lima para ajudar a estimular o progresso.

Su também disse que os cortes de gases do efeito estufa planejados pelos países ricos antes de 2020 eram muito pequenos e pediu um endurecimento.

Em um comunicado conjunto no mês passado, Pequim disse que tem como objetivo atingir o pico de suas emissões crescentes em 2030, a primeira vez em que foi estabelecido um limite máximo, e os Estados Unidos anunciaram que irão tentar reduzir as emissões em 26 a 28 por cento abaixo dos níveis de 2005 até 2025.

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