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Francisco beatifica amanhã Paulo VI, papa de mudanças

Em missa na Praça de São Pedro, papa Francisco irá beatificar o papa Paulo VI

Papa Paulo VI: ele será beatificado pelo papa Francisco em missa que será realizada amanhã (Keystone/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2014 às 11h56.

Cidade do Vaticano -- O papa Francisco beatificará amanhã, domingo, em missa na Praça de São Pedro Paulo VI (1897-1978), pontífice de algum modo esquecido, apesar das profundas mudanças que realizou na Igreja Católica ao concluir o Concílio Vaticano II e instaurar o Sínodo dos bispos.

É por isso que Francisco elegeu a missa de amanhã para beatificar Paulo VI, pois é também a cerimonia de encerramento do Sínodo extraordinário sobre a família.

O papa emérito Bento XVI, que durante seu pontificado destacou como 'com o passar do tempo, se aprecia cada vez mais a grandeza demonstrada' por Paulo VI, também participará da cerimônia.

Francisco já havia elogiado como Paulo VI 'viveu todo o sofrimento da Igreja depois do Vaticano II: as luzes, as esperanças, as tensões'.

O grande desafio de Paulo VI foi concretizar o projeto de João XXIII do Concílio Vaticano II, uma tarefa muito difícil que quase fracassou várias vezes por causa da quantidade de novidades que trazia para a Igreja.

O diário do Vaticano, 'L'Osservatore Romano', sublinhava como Paulo VI 'guiou' o Concílio Vaticano II e se preocupou em orientar à Igreja rumo aos novos tempos.

Seu pontificado se caracterizou pelas mudanças, mas também pelo diálogo. Em 15 de setembro de 1965 instituiu, com o 'Motu proprio' chamado 'Apostolica sollicitudo', o Sínodo de bispos para ajuda-lo a realizar sua tarefa de governo na Igreja.

A necessidade de se confrontar foi um de seus pensamentos mais constantes, aplicados por ele também na reconciliação entre as diferentes igrejas.

Uma prova disso foi o histórico gesto de 50 anos atrás, ao se encontrar e abraçar o então patriarca Atenagoras, abrindo o caminho da reconciliação entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa depois de mais de 500 anos do Cisma do Oriente.

Outro gesto sem precedentes para a Igreja foi o encontro, em setembro de 1975 na Capela Sistina, com o ortodoxo Melitón de Calcedonia, a quem abraçou e beijou os pés.

Paulo VI foi o primeiro pontífice que saiu da Itália. Ele visitou a Terra Santa, Colômbia, Turquia, Uganda, e também a sede das Nações Unidas em Nova York.

A ele se deve a 'Humanae Vitae', uma das mais lembradas e importantes encíclicas publicadas pela igreja, que continua sendo objeto de debate até hoje. Ele

A 'Humanae Vitae' descreve a postura da Igreja Católica em relação ao aborto, ao controle de natalidade e aos métodos anticoncepcionais, além de outras relacionadas à vida sexual.

O milagre atribuído a Paulo VI, que o levou a ser beatificado, foi a cura de um feto com graves problemas cerebrais no início dos anos 90 na Califórnia. A mãe se recusou a realizar um aborto, e a criança nasceu sem nenhum problema.

A Paulo VI também se devem outros gestos, hoje tradicionais entre os papas, como beijar a terra que visita e a renúncia e a venda da tiara pontifícia, coroa coberta de pedras preciosas, em uma tentativa dar o exemplo de maior austeridade no Vaticano.

Paulo VI foi o primeiro a admitir uma mulher laica em um dicastério da Cúria, o governo da Igreja Católica.

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Cidade do Vaticano -- O papa Francisco beatificará amanhã, domingo, em missa na Praça de São Pedro Paulo VI (1897-1978), pontífice de algum modo esquecido, apesar das profundas mudanças que realizou na Igreja Católica ao concluir o Concílio Vaticano II e instaurar o Sínodo dos bispos.

É por isso que Francisco elegeu a missa de amanhã para beatificar Paulo VI, pois é também a cerimonia de encerramento do Sínodo extraordinário sobre a família.

O papa emérito Bento XVI, que durante seu pontificado destacou como 'com o passar do tempo, se aprecia cada vez mais a grandeza demonstrada' por Paulo VI, também participará da cerimônia.

Francisco já havia elogiado como Paulo VI 'viveu todo o sofrimento da Igreja depois do Vaticano II: as luzes, as esperanças, as tensões'.

O grande desafio de Paulo VI foi concretizar o projeto de João XXIII do Concílio Vaticano II, uma tarefa muito difícil que quase fracassou várias vezes por causa da quantidade de novidades que trazia para a Igreja.

O diário do Vaticano, 'L'Osservatore Romano', sublinhava como Paulo VI 'guiou' o Concílio Vaticano II e se preocupou em orientar à Igreja rumo aos novos tempos.

Seu pontificado se caracterizou pelas mudanças, mas também pelo diálogo. Em 15 de setembro de 1965 instituiu, com o 'Motu proprio' chamado 'Apostolica sollicitudo', o Sínodo de bispos para ajuda-lo a realizar sua tarefa de governo na Igreja.

A necessidade de se confrontar foi um de seus pensamentos mais constantes, aplicados por ele também na reconciliação entre as diferentes igrejas.

Uma prova disso foi o histórico gesto de 50 anos atrás, ao se encontrar e abraçar o então patriarca Atenagoras, abrindo o caminho da reconciliação entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa depois de mais de 500 anos do Cisma do Oriente.

Outro gesto sem precedentes para a Igreja foi o encontro, em setembro de 1975 na Capela Sistina, com o ortodoxo Melitón de Calcedonia, a quem abraçou e beijou os pés.

Paulo VI foi o primeiro pontífice que saiu da Itália. Ele visitou a Terra Santa, Colômbia, Turquia, Uganda, e também a sede das Nações Unidas em Nova York.

A ele se deve a 'Humanae Vitae', uma das mais lembradas e importantes encíclicas publicadas pela igreja, que continua sendo objeto de debate até hoje. Ele

A 'Humanae Vitae' descreve a postura da Igreja Católica em relação ao aborto, ao controle de natalidade e aos métodos anticoncepcionais, além de outras relacionadas à vida sexual.

O milagre atribuído a Paulo VI, que o levou a ser beatificado, foi a cura de um feto com graves problemas cerebrais no início dos anos 90 na Califórnia. A mãe se recusou a realizar um aborto, e a criança nasceu sem nenhum problema.

A Paulo VI também se devem outros gestos, hoje tradicionais entre os papas, como beijar a terra que visita e a renúncia e a venda da tiara pontifícia, coroa coberta de pedras preciosas, em uma tentativa dar o exemplo de maior austeridade no Vaticano.

Paulo VI foi o primeiro a admitir uma mulher laica em um dicastério da Cúria, o governo da Igreja Católica.

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