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França inicia semana de greves e protestos contra reforma

Também são esperadas perturbações na quinta-feira no transporte aéreo, dia de mobilização para os controladores de tráfego aéreo

Protestos: "Quando não nos escutam, precisamos tentar nos fazer ouvir" (Stephane Mahe / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2016 às 09h52.

A França iniciou nesta terça-feira uma tensa semana de greves e manifestações contra a reforma trabalhista do governo socialista, que o presidente François Hollande voltou a defender, afirmando que não cederá à pressão.

A menos de um mês da Eurocopa de futebol na França, também foram anunciadas greves prorrogáveis a partir de quarta-feira na SNCF (ferrovias francesas), onde reivindicações internas se somam à rejeição da reforma trabalhista, e entre estivadores, marinheiros, carteiros e nos aeroportos de Paris.

Também são esperadas perturbações na quinta-feira no transporte aéreo, dia de mobilização para os controladores de tráfego aéreo.

"Quando não nos escutam, precisamos tentar nos fazer ouvir", havia advertido na segunda-feira Philippe Martinez, líder do maior sindicato francês, o CGT.

Convocadas pelos setores de transporte dos sindicatos FO e CGT, as ações dos caminhoneiros afetavam nesta terça-feira várias localidades do oeste do país.

A partir das 6h00 locais (1h00 de Brasília), 3.000 pessoas - segundo fontes sindicais - paralisavam o grande porto de Le Havre (noroeste), e suas zonas portuária e industrial. Também foram instalados vários piquetes nas estradas.

Em Rennes (oeste) ocorria uma operação tartaruga iniciada por uma dezena de veículos, e havia bloqueios previstos em Caen e em Lorient, assim como várias manifestações ao longo do dia.

Os sindicatos de transportes temem possíveis cortes salariais pela reforma da lei de trabalho, que prevê a possibilidade de que um acordo de empresa reduza o pagamento das horas extras a mais 10%, em vez dos 25% suplementares em vigor atualmente.

Manifestações nas ruas

O descontentamento social se expressa também nas ruas: em Paris uma manifestação está convocada para esta terça-feira no centro da capital, e o mesmo ocorrerá em outras cidades da França.

Para os sindicatos, o objetivo é reativar o movimento de protesto iniciado há semanas, e que perdeu força na semana passada, com 55.000 manifestantes contabilizados pelas autoridades, contra 390.000 (1,2 milhão em todo o país, segundo os sindicatos) em 31 de março.

Os sindicatos pedem uma retirada total do projeto de lei da reforma trabalhista, já adotado em primeira leitura. Depois de ser debatido em junho no Senado, voltará à câmara baixa, para uma adoção definitiva prevista antes do fim de julho.

O presidente francês, François Hollande, disse nesta terça-feira que não recuará nesta reforma trabalhista promovida por seu governo, apesar dos protestos nas ruas e da oposição de uma parte dos próprios parlamentares socialistas.

"Não cederei", disse Hollande à rádio Europe 1. "Esta lei seguirá adiante, porque foi discutida, ajustada, corrigida, passou por emendas", afirmou.

Mas o governo socialista francês parece politicamente frágil a menos de um ano da eleição presidencial, e o presidente Hollande é acusado de renegar suas promessas eleitorais e de ter optado há dois anos por uma via "social-liberal".

Hollande, que segundo as pesquisas tem índices de popularidade no chão, reiterou nesta terça-feira que esperará até dezembro para anunciar se volta a ser candidato na eleição presidencial de abril-maio de 2017.

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A França iniciou nesta terça-feira uma tensa semana de greves e manifestações contra a reforma trabalhista do governo socialista, que o presidente François Hollande voltou a defender, afirmando que não cederá à pressão.

A menos de um mês da Eurocopa de futebol na França, também foram anunciadas greves prorrogáveis a partir de quarta-feira na SNCF (ferrovias francesas), onde reivindicações internas se somam à rejeição da reforma trabalhista, e entre estivadores, marinheiros, carteiros e nos aeroportos de Paris.

Também são esperadas perturbações na quinta-feira no transporte aéreo, dia de mobilização para os controladores de tráfego aéreo.

"Quando não nos escutam, precisamos tentar nos fazer ouvir", havia advertido na segunda-feira Philippe Martinez, líder do maior sindicato francês, o CGT.

Convocadas pelos setores de transporte dos sindicatos FO e CGT, as ações dos caminhoneiros afetavam nesta terça-feira várias localidades do oeste do país.

A partir das 6h00 locais (1h00 de Brasília), 3.000 pessoas - segundo fontes sindicais - paralisavam o grande porto de Le Havre (noroeste), e suas zonas portuária e industrial. Também foram instalados vários piquetes nas estradas.

Em Rennes (oeste) ocorria uma operação tartaruga iniciada por uma dezena de veículos, e havia bloqueios previstos em Caen e em Lorient, assim como várias manifestações ao longo do dia.

Os sindicatos de transportes temem possíveis cortes salariais pela reforma da lei de trabalho, que prevê a possibilidade de que um acordo de empresa reduza o pagamento das horas extras a mais 10%, em vez dos 25% suplementares em vigor atualmente.

Manifestações nas ruas

O descontentamento social se expressa também nas ruas: em Paris uma manifestação está convocada para esta terça-feira no centro da capital, e o mesmo ocorrerá em outras cidades da França.

Para os sindicatos, o objetivo é reativar o movimento de protesto iniciado há semanas, e que perdeu força na semana passada, com 55.000 manifestantes contabilizados pelas autoridades, contra 390.000 (1,2 milhão em todo o país, segundo os sindicatos) em 31 de março.

Os sindicatos pedem uma retirada total do projeto de lei da reforma trabalhista, já adotado em primeira leitura. Depois de ser debatido em junho no Senado, voltará à câmara baixa, para uma adoção definitiva prevista antes do fim de julho.

O presidente francês, François Hollande, disse nesta terça-feira que não recuará nesta reforma trabalhista promovida por seu governo, apesar dos protestos nas ruas e da oposição de uma parte dos próprios parlamentares socialistas.

"Não cederei", disse Hollande à rádio Europe 1. "Esta lei seguirá adiante, porque foi discutida, ajustada, corrigida, passou por emendas", afirmou.

Mas o governo socialista francês parece politicamente frágil a menos de um ano da eleição presidencial, e o presidente Hollande é acusado de renegar suas promessas eleitorais e de ter optado há dois anos por uma via "social-liberal".

Hollande, que segundo as pesquisas tem índices de popularidade no chão, reiterou nesta terça-feira que esperará até dezembro para anunciar se volta a ser candidato na eleição presidencial de abril-maio de 2017.

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