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Fotógrafa morre em ataque no Afeganistão

Fotógrafa alemã da agência de notícias Associated Press foi morta no leste do Afeganistão por um policial

A fotógrafa alemã da Associated Press, Anja Niedringhaus: este é o segundo ataque recente contra jornalistas ocidentais no Afeganistão (AFP)
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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 13h14.

Khost - Uma fotógrafa alemã da agência de notícias Associated Press (AP), Anja Niedringhaus, foi morta nesta sexta-feira no leste do Afeganistão por um policial que também feriu sua colega canadense Kathy Gannon.

As duas jornalistas cobriam a preparação do primeiro turno da eleição presidencial afegã, que acontecerá neste sábado, quando foram atacadas por este agente.

"Anja Niedringhaus, de 48 anos, uma fotógrafa alemã aclamada internacionalmente, morreu na hora. A jornalista Kathy Gannon, de 60 anos, foi atingida por dois tiros e está recebendo atendimento médico", informou a AP em Cabul.

Antes deste ataque, "Anja e Kathy trabalharam juntas durante anos no Afeganistão", declarou ao New York Kathleen Carroll, diretora de informação da AP. "Esta perda nos partiu o coração", acrescentou.

Ataque deliberado

Este é o segundo ataque recente contra jornalistas ocidentais no Afeganistão. No dia 11 de março o repórter sueco Nils Horner foi morto a tiros.

Em 20 de março, o jornalista da AFP Sardar Ahmad, sua mulher e dois filhos do casal morreram em um tiroteio no hotel Serena de Cabul, que deixou nove mortos no total.

O ataque desta sexta-feira aconteceu às 10H45 (03H15 no horário de Brasília) na província de Khost, na fronteira com o Paquistão .

Khost é uma província remota e infiltrada pela rebelião talibã. Além disso, fica perto da fronteira com as zonas tribais paquistanesas, verdadeiro reduto de insurgentes.

O assassino é um "oficial da polícia nacional", indicou Yaqub Mandozai, chefe adjunto de polícia de Khost.

O ministério afegão do Interior, que condenou o ataque, anunciou a abertura de uma investigação.


A agência AP acredita que as suas duas jornalistas foram vítimas de um ataque deliberado.

"De acordo com o jornalista freelancer" que trabalhava com elas, as duas mulheres estavam dentro de uma base das forças de segurança locais, quando foram atacadas, explicou a AP.

Enquanto esperavam no carro, um oficial "se dirigiu para seu veículo, gritou 'Allah Akbar' (Deus é grande) e abriu fogo", antes de entrar na delegacia.

Prêmio Pulitzer

Anja Niedringhaus era uma fotógrafa de guerra reconhecida, prêmio Pulitzer em 2005 por sua cobertura do conflito no Iraque.

Começou sua carreira aos 16 anos em um jornal local na Alemanha. Estudou literatura, filosofia e jornalismo antes de cobrir a queda do muro de Berlim para agência EPA em 1990.

Em 2002, foi contratada pela AP. Cobriu diversos conflitos, incluindo em Israel, Palestina, Iraque, Afeganistão e Paquistão, além de ter realizado trabalhos na área de esporte.

Kathy Gannon trabalhava para AP na região Paquistão-Afeganistão desde 1980.

O ataque desta sexta-feira aconteceu na véspera do primeiro turno da eleição presidencial afegã, que os talibãs prometeram "perturbar" por todos os meios.

A votação designará o sucessor de Hamid Karzai, o único presidente que o país conheceu desde a queda dos talibãs em 2001 e que, segundo a Constituição, não pode disputar um terceiro mandato.

O novo presidente terá um grande desafio: a garantia da segurança do país por forças afegãs, pois até o fim do ano será concluída a retirada das tropas da Otan.

Entre os oito candidatos à presidência, os favoritos são três ex-ministros de Karzai: Zalmai Rasul, considerado o candidato do atul presidente, Ashraf Ghani, economista, e Abdullah Abdullah, que ficou em segundo lugar na eleição de 2009.

São Paulo - A Síria foi, em 2013, o lugar mais letal para jornalistas do mundo. Por lá, 28 profissionais foram mortosdiretamentepor causa de seus trabalhos. No mundo, foram 70 mortes.É o que mostra o levantamento mais recente do Committee to Protect Journalists, que mapeia os casos de violência contra jornalistas em serviço ao redor do mundo. No top 10, aparecem países em conflitos intensos, como Sìria e Iraque, mas também países vistos como democráticos e pacíficos. É o caso do Brasil, que aparece na preocupante sétima colocação. Alguns números alarmantes:
  • 94% dos casos de assassinato ficaram impunes
  • 16% dos assassinatos partiu, acredita-se, de forças do governo
  • 44% dos profissionais eram de meios online, 37% eram de TV e 20% de meios impressos
  • 44% foram assassinados, enquanto 36% estavam no meio de um combate ou fogo cruzado e 20% estavam em uma situação de risco
Veja a seguir os 10 países mais perigosos:
  • 2. 2. Iraque

    2 /6(Spencer Platt/Getty Images)

  • Veja também

    Número de mortos: 10 Um dos casos recentes no Iraque envolveu o cinegrafista Mohammed Ghanem e o correspondente Mohammed Karim al-Badrani, do canal de TV independente Al-Sharqiya. Eles filmavam os preparativos do feriado de Eid al-Adha quando foram alvejados. Não se sabe se o fogo partiu do governo ou de milícias.
  • 3. 3. Egito

    3 /6(KHALED DESOUKI/AFP/Getty Images)

  • Número de mortos: 6 As mortes foram provocadas pelas intensos protestos que tomaram conta do Egito desde 2012. Três das seis mortes foram em um único dia, 14 de agosto, quando esses jornalistas cobriam ataques das forças de segurança do governo contra manifestantes partidários da Irmandade Muçulmana.
  • 4. 7. Brasil

    4 /6(CHRISTOPHE SIMON/AFP/Getty Images)

    Número de mortos: 3 Apesar de ser uma democracia e não viver nenhuma guerra declarada, o Brasil aparece entre os mais mortais. Entre as vítimas, estão Mario Randolfo Marques Lopes, editor do site de notícias Vassouras na Net. Ele e sua esposa foram sequestrados e mortos na cidade de Barra do Piraí, no Rio. Lopes denunciava casos de corrupção.
  • 5. 8. Filipinas

    5 /6(TED ALJIBE/AFP/Getty Images)

    Número de mortos: 3 Além das três mortes diretamente relacionadas ao trabalho dos jornalistas, há outras seis mortes que estão sendo invetigadas nas Filipinas e podem ter relação com a profissão. Um dos últimos casos vitimou Romeo Olea, um comentarista de rádio morto a tiros. Sua esposa disse que ele recebia constantes ameaças de morte.
  • 6. 10. Mali

    6 /6(KENZO TRIBOUILLARD/AFP/Getty Images)

    Número de mortos: 2 As mortes de jornalistas no Mali só começaram a ser documentadas a partir de 2012. Em 2013, Ghislaine Dupont e Claude Verlon, da Rádio France Internacionale, foram sequestrados e mortos com vários tiros.
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