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Forças iraquianas ganham terreno frente ao Estado Islâmico

As forças iraquianas continuam a avançar contra os jihadistas do Estado Islâmico no norte do país

Soldados iraquianos acenam para um comboio humanitário a caminho de Amerli (Jm Lopez/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 13h22.

Amerli - As forças iraquianas continuam a avançar nesta terça-feira contra os jihadistas do Estado Islâmico (EI), mas em Bagdá centenas de parentes de soldados desaparecidos invadiram o Parlamento exigindo informações sobre seus entes queridos.

O Iraque anunciou nesta terça-feira que um trecho da principal estrada que liga a capital ao norte do país, onde os insurgentes sunitas ultrarradicais do EI controlam amplos setores, foi retomado pelo exército, segundo o general Abdelamir al-Zaidi.

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A rota, que está fechada há quase três meses, será reaberta quando as minas e os obstáculos colocados pelos jihadistas forem retirados.

O exército de Bagdá, combatentes curdos e milícias xiitas, apoiados pela Força Aérea dos Estados Unidos, conseguiram nos últimos dias as primeiras vitórias frente ao avanço dos jihadistas desde que iniciaram sua ofensiva.

No último domingo conseguiram romper o cerco do EI à cidade turcomana xiita de Amerli e na segunda-feira recuperaram a pequena cidade de Suleiman Bek, 175 quilômetros ao norte de Bagdá, e de Yankaja.

Os habitantes de Amerli receberam com alegria os primeiros comboios militares, depois de mais de dois meses de resistência ao cerco do EI, enfrentando a escassez de comida e água e a ameaça de ataques.

Na capital, centenas de parentes de soldados iraquianos que desapareceram durante a ofensiva do EI invadiram o Parlamento e iniciaram um protesto na Câmara, segundo um funcionário.

Os policiais antidistúrbios tentavam tirar do prédio os manifestantes, que exigem saber o que aconteceu com os cerca de 1.700 soldados que se entregaram aos jihadistas durante a ofensiva do EI no país, informou a mesma fonte.

Os manifestantes, que também pediram que se reconheça a culpabilidade dos comandantes, atacaram alguns deputados e funcionários e destruíram as cadeiras da cafeteria.

A preocupação com aqueles nas mãos do EI cresceu com as informações de atrocidades generalizadas, que levaram a Anistia Internacional a acusá-los de limpeza étnica.

"Assassinatos em massa"

A Anistia Internacional denunciou em um relatório divulgado nesta terça-feira "uma campanha sistemática de limpeza étnica" no norte do Iraque, e, citando testemunhos "horríveis" de sobreviventes, acusa os jihadistas de cometerem "crimes de guerra, sobretudo execuções sumárias em massa e sequestros", visando sistematicamente às minorias no país.

No relatório intitulado "Limpeza étnica de proporções históricas", a Anistia diz ter provas de que chacinas aconteceram em agosto na região de Sinjar, onde viviam muitos yazidis, uma minoria curda não muçulmana.

Segundo testemunhas, dezenas de homens e de jovens foram amontoados em picapes e, depois, executados fora dos povoados.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu na segunda-feira em Genebra enviar uma missão para investigar estas atrocidades.

Embora não existam números precisos sobre as mortes provocadas pela ofensiva jihadista, a ONU afirmou na segunda-feira que pelo menos 1.420 pessoas morreram apenas em agosto. A ONU também estima que 850.000 iraquianos foram deslocados, de um total de 1,6 milhões em todo o ano.

Também presente na Síria, o EI lançou em 9 de junho uma ampla ofensiva no Iraque, conseguindo assumir o controle de vastas faixas do território. No final de junho, o grupo proclamou um califado, onde cometeu decapitações, crucificações e apedrejamentos públicos.

A crise provocada pela ofensiva levou os Estados Unidos a lançar uma campanha de ataques aéreos no início de agosto.

Diante da ameaça do EI, o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, considerou nesta terça que o uso de "extrema força" era justificado.

Neste sentido, Londres anunciou um reforço das medidas de segurança em todo o país pela ameaça jihadista, enquanto Berlim decidiu enviar armas aos curdos.

Em meio a este conflito, cerca de 40 soldados das Ilhas Fiji de um contingente de capacetes azuis das forças da ONU nas Colinas de Golã (UNDOF) foram sequestrados na semana passada pelo braço da Al-Qaeda na Síria.

O chefe do exército de Fiji, Mosese Tikoitoga, declarou que os combatentes da Frente Al-Nosra querem ser excluídos da lista de organizações terroristas da ONU, e receber ajuda humanitária e compensação financeira para três de seus feridos.

Tikoitoga disse que uma equipe da ONU está negociando a libertação dos reféns.

"Infelizmente, não conseguimos nenhum progresso, nossas tropas ainda estão desaparecidas, os rebeldes não nos dizem onde estão", disse Tikoitoga.

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