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Assad bombardeia Aleppo e declara vitória por Damasco

As forças de segurança conseguiram retomar o controle da capital depois de uma batalha agressiva, mas os rebeldes ainda dominam muitas partes de Aleppo

Rebelde do Exército Livre da Síria corre armado na cidade de Aleppo (Zohra Bensemra/Reuters)

Rebelde do Exército Livre da Síria corre armado na cidade de Aleppo (Zohra Bensemra/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 06h49.

Aleppo - O governo de Bashar al-Assad na Síria declarou vitória neste domingo após uma feroz batalha pela capital Damasco, com ataques de forças militares a rebeldes que controlam grande parte do maior centro urbano do país, Aleppo.

Nas últimas duas semanas, as forças de Assad lutaram como nunca para preservar seu controle sobre o país, depois de um avanço significativo nas duas maiores cidades insurgentes e um atentado a bomba que matou quatro agentes de segurança.

As forças de segurança conseguiram retomar o controle da capital depois de uma batalha agressiva, mas os rebeldes ainda dominam muitas partes de Aleppo, enfrentando há vários dias o exército que recebeu um reforço de tropas.

"Hoje eu digo, a Síria é mais forte... em menos de uma semana foram derrotados (em Damasco) e no campo de batalha", disse o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Mouallem, durante visita ao Irã, principal aliado de Assad em uma região onde os vizinhos recuaram.

"(Os combatentes) se mudaram para Aleppo e eu garanto que seus planos falharam", acrescentou.

Combatentes rebeldes, que patrulham distritos de oposição em caminhões com bandeiras de "independência" com as cores verde, branco e preto, disseram ter contido forças de Assad no distrito ao sudoeste de Aleppo, onde houve combates durante dias.

Ativistas da oposição também relataram combates em outros distritos rebeldes de Aleppo, sinalizando o início de uma fase decisiva na batalha envolvendo o centro comercial da Síria, depois que o exército enviou reforços de tanques e de tropas na semana passada.

Helicópteros de ataque sobrevoaram a cidade pouco depois do amanhecer neste domingo e a artilharia sacudia os bairros. A televisão estatal relatou que as tropas sírias haviam repelido "terroristas" em Salaheddine e capturado vários de seus líderes.

Crimes de guerra

Algumas áreas controladas por rebeldes e visitadas pela Reuters estavam vazias de moradores. Os combatentes se refugiaram em casas, algumas claramente abandonadas rapidamente e com alimentos na geladeira.

O enviado internacional de paz da ONU, Kofi Annan, e outros líderes estrangeiros afirmaram que a situação em Aleppo enfatizou a necessidade de uma solução política negociada para os 16 meses de conflito na Síria.


O chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, comparou a situação na Síria a crimes de guerra e disse que os responsáveis ​​devem enfrentar punições internacionalmente, segundo a agência de notícias oficial do Egito, MENA.

Enquanto isso, o chefe do Conselho Nacional da Síria (CNS), o principal grupo que reúne os opositores a Damasco, solicitou neste domingo que seus aliados estrangeiros entreguem as armas pesadas necessárias para combater a "máquina da morte" de Assad.

"Os rebeldes estão lutando com armas primitivas... queremos armas que podem parar desde tanques a aviões. Isto é o que queremos", disse Abdelbasset Seida, chefe do CNS, em Abu Dhabi.

Ele também pediu que seus aliados estrangeiros ignorem o dividido Conselho de Segurança das Nações Unidas e que interfiram diretamente para derrubar Assad.

"Nossos amigos e aliados serão responsáveis pelo que acontece em Aleppo, caso não se movimentem rapidamente", disse ele, acrescentando que as negociações para a formação de um governo de transição estão prestes a começar.

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