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Duterte quer ocupar ilhas disputadas no Mar da China Meridional

Duterte ordenou a construção de infraestruturas em algumas ilhas do arquipélago de Spratly, que seu país reivindica como parte do território filipino

Mar da China Meridional: a China considera como seu território nacional a quase totalidade do Mar da China Meridional (U.S. Navy/Reuters)

Mar da China Meridional: a China considera como seu território nacional a quase totalidade do Mar da China Meridional (U.S. Navy/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de abril de 2017 às 14h18.

Última atualização em 6 de abril de 2017 às 14h27.

O presidente filipino, Rodrigo Duterte, anunciou nesta quinta-feira que ordenou a mobilização de militares em recifes e pequenas ilhas desabitadas e reivindicadas por Manila no Mar da China Meridional, situação que pode provocar a revolta de Pequim.

Duterte explicou à imprensa que ordenou a mobilização do exército e a construção de infraestruturas em algumas ilhas do arquipélago de Spratly, que seu país reivindica como parte integrante do território filipino.

"Ordenei às Forças Armadas que ocupem todas", afirmou o chefe de Estado à imprensa durante a visita a uma base militar na ilha de Palawan, região oeste das Filipinas.

"Construam infraestruturas e hasteiem a bandeira filipina", prosseguiu, antes de completar que Manila reivindica "nove de 10" ilhas, recifes ou abrolhos de Spratly.

A China considera como seu território nacional a quase totalidade do Mar da China Meridional, incluindo as zonas próximas aos países vizinhos, para irritação de Manila e de outras nações do sudeste asiático que também têm reivindicações.

Pequim usa como base uma delimitação de "nove linhas" que aparece nos mapas chineses dos anos 1940.

Há vários anos, o governo chinês organiza uma campanha agressiva de colonização de recifes minúsculos, onde realiza grandes obras de construção e de terraplanagem.

Pequim diz que suas intenções são pacíficas, mas os críticos acusam o governo chinês de tentar colocar em prática uma política de fato consumado, ao mesmo tempo que consideram que a liberdade de navegação em uma zona estratégica para o comércio mundial está ameaçada.

"É nosso"

"Parece que todo mundo vai tentar usar as ilhas, então é melhor viver naquelas que ainda estão vazias", afirmou o presidente filipino em um discurso que rompe com a atitude conciliadora em relação a Pequim adotada desde que chegou ao poder, no ano passado.

"Ao menos, vamos agora recuperar o que nos pertence e informar claramente que é nosso", completou.

Duterte afirmou que pode viajar às zonas em disputa em 12 de junho, dia do aniversário da independência filipina.

Contactado pela AFP, um responsável da embaixada da China nas Filipinas parecia surpreso quando foi comunicado sobre a proporção das declarações de Duterte, e disse que consultaria o ministério das Relações Exteriores chinês.

As divergências territoriais no Mar da China Meridional devem estar na agenda da primeira reunião de cúpula, nesta quinta-feira na Flórida, entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente americano, Donald Trump.

Estas disputas constituíram uma grande fonte de discussões entre Manila e Pequim sob a presidência do antecessor de Duterte, Benigno Aquino, que fez da defesa da soberania filipina uma questão de orgulho nacional, e levou o assunto ao Tribunal Permanente de Arbitragem.

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