Havana - As negociações de paz na Colômbia sofreram nesta segunda-feira um revés quando a guerrilha das Farc rejeitaram o comando estratégico criado pelo governo para supervisionar o processo de desarmamento e pediu uma reunião de emergência.
A questão do desarmamento ainda está pendente nas negociações realizadas em Havana.
"De maneira alguma as Farc aceitam uma hierarquia militar para resolver assuntos que são de caráter político por definição", afirmou à imprensa o chefe negociador das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Iván Márquez.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou na sexta-feira a criação de um comando para transição da guerra para a paz, que ficará a cargo do general Javier Flórez, atual chefe do Estado-Maior das Forças Militares.
O comando supervisionará a desmobilização da guerrilha e entrega das armas, segundo o presidente, de acordo com o anúncio oficial.
Ao ter início nesta segunda-feira o ciclo 28 das negociações para acabar com o conflito de meio século, Márquez classificou a criação do comando como uma "uma ficção de atrevida argumentação, já que nenhum desses assuntos foi tema de debate das conversações".
Em função disso, as Farc pediram uma reunião de emergência que permita esclarecer o sentido desse anúncio e retomar a o tom bilateral que, segundo os guerrilheiros, deve primar no processo em andamento.
A delegação oficial encabeçada pelo ex-vice-presidente Humberto De la Calle não fez declarações a respeito.
O desarmamento é o quarto dos seis pontos da agenda de paz.
As partes já chegaram a um consenso sobre os três primeiros pontos da agenda: reforma rural, participação política das Farc e drogas ilícitas.
O outro tema pendente é o mecanismo de de referendo para um eventual acordo de paz.
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1. Inflação baixa
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1/7 (Bloomberg)
A
inflação na Colômbia fechou os últimos 12 meses até abril em
2,72% - um dos menores números da história do país. Aqui no Brasil, a alta dos preços está
acumulada em 6,37% - perigosamente próxima do teto da meta estabelecida pelo governo.
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2. Acordo de livre-comércio com os EUA
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2/7 (Paul Smith/Bloomberg)
Assinado em 2006, o acordo de livre-comércio entre Colômbia e Estados Unidos só foi ser ratificado pelo legislativo americano em 2011 para entrar em vigor em 2012 - e já trouxe um
aumento do fluxo entre os países. O Brasil segue focado no
Mercosul, que negocia com a
União Europeia um acordo que já ficou para, no mínimo, 2015.
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3. Criminalidade em queda
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3/7 (Jaime Saldarriaga/Reuters)
Conhecida como centro mundial do
tráfico de drogas e do crime organizado nos anos 80 e 90, a Colômbia conseguiu
reduzir sua taxa de homicídios pela metade na década passada e enfraquecer as Farc a ponto de tornar iminente um
acordo de paz. O país ainda é mais violento que o Brasil, mas aqui as taxas
continuam aumentando.
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4. Um vencedor do Nobel
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4/7 (Albert Gea/Reuters)
Nascido na Colômbia, onde passou grande parte da sua vida, o escritor e jornalista
Gabriel García Marquéz morreu de câncer aos 87 anos no México. Conhecido como um dos ícones do
realismo fantástico por obras já clássicas como
"Cem Anos de Solidão" e
"O Amor nos Tempos do Cólera", ele recebeu o
prêmio Nobel de Literatura em 1982.
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5. Uma capital que é exemplo em urbanismo
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5/7 (John Coletti/Corbis/Latinstock)
Brasília é um ícone arquitetônico mundial, mas seu projeto urbanístico é polêmico - para dizer o mínimo. Já Bogotá é conhecida por inovações como o sistema de ônibus Transmilênio, criado pela gestão de
Enrique Peñalosa, e por seus mais de 340 km de ciclovias.
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6. Uma popstar internacional
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6/7 (Robert Marquardt/Getty Images)
A cantora colombiana de 37 anos que vai cantar com Ivete Sangalo na festa de encerramento da Copa conseguiu algo raro para artistas latinos: conquistar o mainstream da música pop mundial. Depois que começou a cantar em inglês, ela emplacou o maior hit de 2002 ("Whenever, Wherever") e se tornou uma das artistas femininas de maior sucesso da história, com mais de 60 milhões de discos vendidos.
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7/7 (REUTERS/Kai Pfaffenbach)