Família de vítima da explosão do submarino da OceanGate quer R$ 282 mi em indenização
Processo judicial acusa a OceanGate de negligência grave e levanta questões sobre a segurança das expedições ao Titanic
Redator na Exame
Publicado em 8 de agosto de 2024 às 07h09.
Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 07h31.
Em um dos acidentes mais trágicos das últimas décadas no campo das explorações submersíveis, o submarino Titan, operado pela empresa OceanGate, implodiu em junho do ano passado durante uma expedição ao naufrágio do Titanic, levando à morte de seus cinco ocupantes.Entre as vítimas estava Paul-Henri Nargeolet, um dos maiores especialistas do mundo no naufrágio do Titanic, cuja família agora processa a OceanGate por negligência grave, buscando uma indenização de US$ 50 milhões (R$ 282,5 milhões). As informações são da Bloomberg.
O Titan, um submersível de 6,7 metros de comprimento, tinha como destino os destroços do Titanic, localizados a aproximadamente 3.800 metros de profundidade no Atlântico Norte. A implosão do submersível ocorreu durante a descida, e os destroços foram encontrados nas proximidades do naufrágio, que ocorreu em 1912. A expedição, oferecida pela OceanGate, permitia que os passageiros observassem de perto os restos do Titanic, por um custo de US$ 250 mil (R$ 1,41 milhão) por pessoa.
Paul-Henri Nargeolet, apelidado de "Sr. Titanic" por seu extenso trabalho de exploração e pesquisa sobre o naufrágio, liderou inúmeras expedições ao local e foi um dos principais responsáveis pela recuperação dos destroços. Sua morte, juntamente com a de outros quatro passageiros, gerou uma onda de questionamentos sobre a segurança das operações da OceanGate, uma empresa que, mesmo antes do acidente, já enfrentava críticas por seus métodos de operação.
A família de Nargeolet apresentou uma ação judicial no estado de Washington, nos Estados Unidos, acusando a OceanGate de adotar uma postura negligente em relação à segurança do Titan. O processo também aponta a responsabilidade de Stockton Rush, cofundador da empresa, que estava a bordo do submersível e morreu no acidente. A ação argumenta que, embora os passageiros tenham assinado termos de isenção de responsabilidade, a gravidade da negligência envolvida invalida tais documentos.
Acidente
Em junho de 2023, o submersível Titan, operado pela empresa OceanGate, sofreu uma implosão fatal durante uma expedição ao naufrágio do Titanic, localizado no fundo do Atlântico Norte.A embarcação de 6,7 metros de comprimento estava realizando uma descida para explorar os restos do famoso transatlântico, que afundou em 1912, quando o acidente ocorreu. A tragédia resultou na morte dos cinco ocupantes do submersível, incluindo Paul-Henri Nargeolet, um renomado especialista em Titanic, e Stockton Rush, cofundador da OceanGate.
Desde o início de suas operações, a empresa enfrentou críticas sobre a segurança do submersível e a falta de regulamentação adequada. A implosão durante a descida levantou sérias preocupações sobre os procedimentos de segurança da OceanGate e a robustez da embarcação, que utilizava tecnologias experimentais.
Após a tragédia, a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a implosão do Titan ao encontrar destroços da embarcação nas proximidades do naufrágio do Titanic. O acidente desencadeou uma série de investigações e processos judiciais, com familiares das vítimas alegando negligência por parte da OceanGate e buscando compensações financeiras.A tragédia não apenas colocou em questão a viabilidade de expedições submersíveis de alto risco, mas também trouxe à tona a necessidade de regulamentações mais rigorosas e a priorização da segurança em operações comerciais envolvendo tecnologia experimental.