Facções armadas rejeitam proposta da Rússia sobre acordo no sul da Síria
Acordo proposto pela Rússia, sobre o futuro da província de Deraa, estipulava a evacuação dos insurgentes para o norte da Síria, segundo ativistas
EFE
Publicado em 2 de julho de 2018 às 09h14.
Cairo - Uma parte das facções armadas rejeitou nesta segunda-feira alguns pontos de um acordo proposto pela Rússia , aliada de Damasco, sobre o futuro da província de Deraa, que estipulava a evacuação dos insurgentes para o norte da Síria , segundo ativistas.
As facções que rejeitaram a proposta são lideradas pelo Organismo de Libertação do Levante (a aliança da ex-filial síria da Al Qaeda).
O Observatório Sírio de Direitos Humanos esclareceu que a parte russa entregou uma proposta aos representantes das facções armadas sobre o destino de Deraa, que também contemplava a entrega das suas armas pesadas e médias.
Além disso, a Rússia pede o hasteamento da bandeira da Síria nas instituições das localidades, cidades e povoados de Deraa, assim como o desdobramento da polícia militar russa e uma solução para a situação dos dissidentes e daqueles que não realizaram o "serviço militar" obrigatório nos últimos seis meses.
Outro dos pontos é entregar a passagem fronteiriça com a Jordânia de Nasib, situada em Deraa, às forças governamentais sírias.
O "emir geral" do Organismo de Libertação do Levante anunciou "a luta até o fim" na ofensiva, segundo a ONG.
O Exército Livre Sírio (ELS), uma das principais facções rebeldes, afirmou anteontem que também rejeitaram algumas das condições da Rússia em relação à província de Deraa, que é alvo de uma ofensiva governamental desde 19 de junho.
O Observatório afirmou então que, após o fracasso das negociações, os bombardeios se intensificaram em diferentes pontos de Deraa.
Desde o início da ofensiva, pelo menos 132 civis morreram na província, entre eles 25 menores e 23 mulheres, nos bombardeios e ataques de mísseis e artilharia por parte das unidades russas e do regime, segundo a última apuração da ONG.
Os combates causaram o deslocamento de pelo menos 120 mil civis desde o começo dos confrontos, segundo cálculos do Observatório.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) calcula que o número de deslocados já chega a 160 mil e a maioria se dirige a regiões perto da fronteira com a Jordânia, que permanece fechada.