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Explosões seguidas de incêndio matam 49 e ferem mais de 300 em Bangladesh

O incêndio foi declarado no sábado às 21H30 locais em um depósito particular onde estavam quase 4.000 contêineres, em Sitakunda, a 40 quilômetros do porto de Chittagong, sudeste do país

Bombeiros tentam controlar incêndio em depósito de Bangladesh que deixou 49 mortos em Sitakunda (AFP/AFP)
A

AFP

Publicado em 6 de junho de 2022 às 09h16.

As autoridades de Bangladesh acusaram nesta segunda-feira, 6, o operador do depósito em que aconteceu uma gigantesca explosão que deixou 49 mortos de não ter informado os bombeiros sobre a presença de produtos químicos nos contêineres quando os agentes chegaram ao local para controlar as chamas.

O incêndio foi declarado no sábado às 21H30 locais em um depósito particular onde estavam quase 4.000 contêineres, em Sitakunda, a 40 quilômetros do porto de Chittagong, sudeste do país.

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Centenas de bombeiros compareceram ao local para lutar contra as chamas, que atingiram vários contêineres com produtos químicos, o que provocou uma grande explosão uma hora mais tarde.

Ao menos 49 pessoas morreram - incluindo nove bombeiros - e 300 ficaram feridas. Dez estão em situação crítica.

O secretário de Saúde de Chittagong, Elias Chowdhury, afirmou que foi necessário convocar médicos que estavam de folga para tratar as centenas de feridos.

O incêndio permanece ativo, o que dificulta a busca por mais vítimas. "Ainda há 30 a 40 contêineres em chamas", declarou um inspetor da brigada de incêndios, Harunur Rashid.

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Ele disse que o fogo está controlado, mas que "os produtos químicos são o principal problema".
"As autoridades do depósito nunca nos informaram sobre a presença de produtos químicos letais. Nove bombeiros morreram. Dois continuam desaparecidos, assim como várias outras pessoas", disse à AFP Mohamad Kamruzzaman, comandante do corpo de bombeiros.

Purnachandra Mutsuddi, vice-comandante da unidade de bombeiros de Chittagong que dirigiu os trabalhos de controle das chamas, afirmou que o local de 10,5 hectares "não tinha nenhum plano de segurança contra incêndios". "Um plano de segurança prevê como o depósito vai combater e controlar um incêndio. Mas não havia nada", afirmou à AFP Mutsuddi. "Não fomos informados sobre a presença de produtos químicos. Se tivessem falado, o balanço de vítimas teria sido menor", acrescentou

A empresa em que aconteceu a tragédia, B.M Container Depot, foi criada em um 2012 por empresários de Bangladeh e da Holanda,  que emprega quase 600 pessoas. De acordo com o site do grupo, o presidente é Bert Pronk, um cidadão holandês com quem a AFP ainda não conseguiu entrar em contato.
De acordo com a imprensa local, entre os diretores da B.M Container Depot está um funcionário de alto escalão do partido no poder, a Liga Awami, em Chittagong.

"Nossa investigação está em curso. Vamos investigar tudo", declarou o chefe de polícia da região, Abul Kalam Azad.

Mujibur Rahman, diretor da B.M. Container Depot, disse que a origem do incêndio ainda não foi determinada.

No depósito havia peróxido de hidrogênio, um produto químico que tem vários usos industriais, afirmou o comandante dos bombeiros do país, o brigadeiro Main Uddin.

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