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Ex-vice-presidente da Argentina é condenado à prisão por corrupção

Amado Boudou foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e negociações incompatíveis com exercício da função pública em suposta compra irregular

Amado Boudou: ex-vice-presidente se declarou vítima de uma perseguição por tentar "transformar a realidade" do país (Marcos Brindicci/Reuters)
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EFE

Publicado em 7 de agosto de 2018 às 16h21.

Última atualização em 7 de agosto de 2018 às 16h21.

Buenos Aires - A Justiça da Argentina condenou nesta terça-feira o ex-vice-presidente argentino Amado Boudou (2011-2015) a cinco anos e dez meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e negociações incompatíveis com o exercício da função pública na suposta compra irregular da gráfica de impressão de papel moeda Ciccone.

Um tribunal em Buenos Aires ordenou a detenção imediata e estabeleceu uma multa de 90 mil pesos argentinos (US$ 3.200) e a "inabilitação especial perpétua" para assumir cargos públicos.

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A Justiça argentina também impôs uma pena de cinco anos e meio de prisão para José María Núñez Carmona por considerá-lo "partícipe necessário" desses crimes e uma de quatro anos e meio para Nicolás Ciccone, ex-dono da empresa, como "autor criminalmente responsável" de corrupção ativa.

O tribunal também ordenou a prisão preventiva para ambos, mas, no caso do segundo, sob a modalidade domiciliar.

A Justiça argentina considerou provado que Boudou e seu sócio Núñez Carmona adquiriram a empresa falida Ciccone Calcográfica quando o primeiro era ministro da Economia (2009-2011) com o objetivo de obter contratos com o Estado para a impressão de cédulas de dinheiro e de documentos oficiais.

Segundo a investigação, a compra aconteceu através da sociedade The Old Fund de Alejandro Vandenbroele, suposto testa de ferro de Boudou, que hoje foi condenado a dois anos de prisão, mas ficará dispensado de cumprir esta pena, e a trabalhos comunitários não remunerados.

Além disso, o tribunal estabeleceu uma pena de três anos de prisão para Rafael Resnick Brenner, que na época era chefe de assessores do Fisco, e uma de dois anos e meio para Guido Forcieri, então chefe de gabinete de assessores no Ministério da Economia, mas ambos também ficarão dispensados de cumprir a condenação em regime fechado.

Durante suas últimas palavras no julgamento, o ex-vice-presidente se declarou vítima de uma perseguição por tentar "transformar a realidade" do país e garantiu que a acusação de corrupção "não tem nenhum sentido nem nenhum vínculo com a prova porque não existiu".

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