Ex-presidente da Argentina nega acusações de violência de gênero contra ex-companheira
Fernández não pode deixar o país e nem se aproximar de Fabiola Yañez
Agência de Notícias
Publicado em 6 de agosto de 2024 às 21h03.
O ex-presidente da Argentina Alberto Fernández afirmou nesta terça-feira que a acusação de violência de gênero feita pela ex-companheira e mãe de seu filho, Fabiola Yáñez, é falsa e que vai apresentar provas à Justiça para mostrar "o que realmente aconteceu".
"Tendo sido informado pela imprensa sobre a acusação de Fabiola Yáñez contra mim, quero expressar que a verdade dos fatos é diferente. Só vou dizer que é falso e que o que ela agora me acusa nunca aconteceu", declarou Fernández em comunicado publicado na rede social X (ex-Twitter).
"Pela integridade dos meus filhos, minha e também da própria Fabiola, não vou fazer declarações à imprensa, mas vou fornecer as provas e testemunhos à Justiça que mostrarão o que realmente aconteceu", acrescentou o ex-presidente.
A declaração foi feita pouco depois de se saber, nesta terça-feira, que Yáñez havia decidido apresentar uma queixa criminal contra o ex-presidente argentino por violência física e assédio, de acordo com fontes judiciais citadas pela imprensa local.
Questionado pela Agência EFE sobre a denúncia, o político peronista limitou-se a comentar que "é um momento muito ingrato".
A denúncia foi feita depois que a Justiça argentina, como parte de uma investigação sobre o suposto tráfico de influência do ex-presidente, encontrou mensagens em junho que alegavam que Fernández havia agredido Yáñez fisicamente.
De acordo com uma reportagem publicada recentemente pelo jornal Clarín, as mensagens e fotos datam de diferentes épocas, inclusive quando Yáñez estava grávida de seu filho Francisco, que nasceu em 11 de abril de 2022.
O mesmo jornal informou que o juiz federal Julián Ercolini abriu um arquivo confidencial sobre o caso em junho, que ele decidiu compartilhar com o Escritório de Violência de Gênero da Suprema Corte de Justiça da Argentina.
Quando a ex-primeira-dama, que vive em Madri com seu filho, foi convocada, ela respondeu em julho que não tinha intenção de viajar para a Argentina para apresentar a queixa.
No entanto, de acordo com fontes judiciais, Yáñez disse a Ercolini nesta terça-feira que apresentará uma queixa criminal.
Yáñez, de 43 anos, atriz e jornalista, conheceu Fernández, de 65 anos, em 2013, quando ela o entrevistou, e um ano depois eles começaram a namorar.
O relacionamento foi discreto, exceto pelas notícias da gravidez de Yáñez, o nascimento de Francisco e o escândalo público e judicial desencadeado em 2020 pelo vazamento de fotos da festa de aniversário da então primeira-dama com amigos na residência presidencial, quando a Argentina estava sob confinamento rigoroso decretado pelo próprio Fernández devido à pandemia de covid-19.