Exame Logo

Ex-militar de Mubarak, Shafiq promete Egito moderno

Em seu atual discurso, o candidato afirma "olhar adiante e esquecer o passado" com a promessa de "devolver a revolução" aos jovens egípcios

Shafiq possui uma ampla experiência militar, já que, como piloto de combate, serviu em várias disputas bélicas, incluindo a guerra do Yom Kippur contra Israel em 1973 (John Moore/ Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2012 às 14h23.

Cairo - O general reformado Ahmed Shafiq, o último primeiro-ministro do governo de Hosni Mubarak, prometeu aos egípcios e, especialmente, aos revolucionários, um Estado moderno para resistir as acusações daqueles que o tacham de "fulul", ou seja, um remanescente do antigo regime.

"Um Estado moderno, uma nova república e um Egito que pertença a todos" são os três pilares da proposta de Shafiq, segundo colocado no primeiro turno das eleições presidenciais do país. Shafiq ficou somente 1% atrás do islamita Mohammed Mursi.

Com intenção de garantir o apoio dos partidários do antigo regime e dos que desejam a estabilidade dos velhos tempos, Shariq - tido como um homem forte e capaz de garantir a segurança do país - mudou seu discurso para atrair os votos dos revolucionários e dos laicos.

Em seu atual discurso, o candidato afirma "olhar adiante e esquecer o passado" com a promessa de "devolver a revolução" aos jovens egípcios. No entanto, essa nova tarefa de Shafiq não é tão simples, já que o mesmo foi obrigado a renunciar seu cargo de primeiro-ministro após a queda de Mubarak em fevereiro de 2011.

Desde o começo, o general reformado teve lutar contra tudo e contra todos para dar continuidade a sua corrida eleitoral diante das repetidas tentativas de descartar os "fulul", como a emenda legislativa que impede os antigos altos cargos da era Mubarak a disputar o pleito.

No final, Shafiq conseguiu manter sua campanha rumo à Presidência depois de apresentar um recurso aceito pela Comissão Eleitoral. Alguns críticos, no entanto, falam que uma possível vitória de Shafiq poderia desencadear uma grande onda de violência pelos revolucionários.

"O medo não possui espaço em meu coração" responde Shafiq, que se descreve como "o homem de feitos e não das palavras".


Apesar da aparência tranquila, o general costuma perder a paciência em algumas ocasiões, como no programa de televisão em que brigou com o prestigiado escritor Alaa al Aswany, que, por sua vez, acusava o então primeiro-ministro de não representar seu povo.

Um dia depois dessa acalorada discussão, Shafiq apresentou sua renúncia da chefia do Governo (3 de março de 2011) por causa da pressão da sociedade que não queria mais a continuação de um chefe de Governo designado por Mubarak.

Em seu programa eleitoral, Shafiq defende um "Egito para todos" e, entre suas prioridades, estão a justiça social e a segurança do país, que garante ter o poder de recuperá-la em 24 horas, caso seja eleito presidente.

Para o ex-ministro de Aviação Civil, cargo que ocupou entre 2002 e 31 de janeiro de 2011, quando foi designado primeiro-ministro, a boa administração e o planejamento são pontos essenciais para o Estado, aparecendo como um dos responsáveis pela modernização dos aeroportos egípcios e pela reestruturação da linha aérea nacional, a Egyptair.

No entanto, Shafiq não demonstrou sua suposta capacidade como administrador durante seu curto tempo na chefia Governo, entre 31 de janeiro e 3 de março de 2011, um momento em que o país, no meio de uma revolução, vivia um clima de instabilidade total e de protestos diários.

Nascido no seio de uma família de classe alta do bairro de Heliópolis, no Cairo, Shafiq se graduou na Academia do Ar em 1961.

Shafiq possui uma ampla experiência militar, já que, como piloto de combate, serviu em várias disputas bélicas, incluindo a guerra do Yom Kippur contra Israel em 1973.

Posteriormente, entre 1984 e 1986, ele foi adido militar da Embaixada do Egito em Roma e, entre 1991 e 1996, foi chefe de Operações da Aeronáutica.

Sua carreira militar chegou ao auge com sua nomeação de comandante-chefe da Força Aérea, em abril de 1996.

Veja também

Cairo - O general reformado Ahmed Shafiq, o último primeiro-ministro do governo de Hosni Mubarak, prometeu aos egípcios e, especialmente, aos revolucionários, um Estado moderno para resistir as acusações daqueles que o tacham de "fulul", ou seja, um remanescente do antigo regime.

"Um Estado moderno, uma nova república e um Egito que pertença a todos" são os três pilares da proposta de Shafiq, segundo colocado no primeiro turno das eleições presidenciais do país. Shafiq ficou somente 1% atrás do islamita Mohammed Mursi.

Com intenção de garantir o apoio dos partidários do antigo regime e dos que desejam a estabilidade dos velhos tempos, Shariq - tido como um homem forte e capaz de garantir a segurança do país - mudou seu discurso para atrair os votos dos revolucionários e dos laicos.

Em seu atual discurso, o candidato afirma "olhar adiante e esquecer o passado" com a promessa de "devolver a revolução" aos jovens egípcios. No entanto, essa nova tarefa de Shafiq não é tão simples, já que o mesmo foi obrigado a renunciar seu cargo de primeiro-ministro após a queda de Mubarak em fevereiro de 2011.

Desde o começo, o general reformado teve lutar contra tudo e contra todos para dar continuidade a sua corrida eleitoral diante das repetidas tentativas de descartar os "fulul", como a emenda legislativa que impede os antigos altos cargos da era Mubarak a disputar o pleito.

No final, Shafiq conseguiu manter sua campanha rumo à Presidência depois de apresentar um recurso aceito pela Comissão Eleitoral. Alguns críticos, no entanto, falam que uma possível vitória de Shafiq poderia desencadear uma grande onda de violência pelos revolucionários.

"O medo não possui espaço em meu coração" responde Shafiq, que se descreve como "o homem de feitos e não das palavras".


Apesar da aparência tranquila, o general costuma perder a paciência em algumas ocasiões, como no programa de televisão em que brigou com o prestigiado escritor Alaa al Aswany, que, por sua vez, acusava o então primeiro-ministro de não representar seu povo.

Um dia depois dessa acalorada discussão, Shafiq apresentou sua renúncia da chefia do Governo (3 de março de 2011) por causa da pressão da sociedade que não queria mais a continuação de um chefe de Governo designado por Mubarak.

Em seu programa eleitoral, Shafiq defende um "Egito para todos" e, entre suas prioridades, estão a justiça social e a segurança do país, que garante ter o poder de recuperá-la em 24 horas, caso seja eleito presidente.

Para o ex-ministro de Aviação Civil, cargo que ocupou entre 2002 e 31 de janeiro de 2011, quando foi designado primeiro-ministro, a boa administração e o planejamento são pontos essenciais para o Estado, aparecendo como um dos responsáveis pela modernização dos aeroportos egípcios e pela reestruturação da linha aérea nacional, a Egyptair.

No entanto, Shafiq não demonstrou sua suposta capacidade como administrador durante seu curto tempo na chefia Governo, entre 31 de janeiro e 3 de março de 2011, um momento em que o país, no meio de uma revolução, vivia um clima de instabilidade total e de protestos diários.

Nascido no seio de uma família de classe alta do bairro de Heliópolis, no Cairo, Shafiq se graduou na Academia do Ar em 1961.

Shafiq possui uma ampla experiência militar, já que, como piloto de combate, serviu em várias disputas bélicas, incluindo a guerra do Yom Kippur contra Israel em 1973.

Posteriormente, entre 1984 e 1986, ele foi adido militar da Embaixada do Egito em Roma e, entre 1991 e 1996, foi chefe de Operações da Aeronáutica.

Sua carreira militar chegou ao auge com sua nomeação de comandante-chefe da Força Aérea, em abril de 1996.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEgitoEleiçõesPrimavera árabe

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame