Ex-diretor de campanha de Trump mentiu para o FBI, afirma decisão judicial
Segundo a justiça, Paul Manafort mentiu sobre seus contatos com Konstantin Kilimnik, um ex-sócio vinculado aos serviços de inteligência russos
AFP
Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 09h59.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2019 às 10h04.
O ex-diretor de campanha de Donald Trump , Paul Manafort, já declarado culpado de fraudes bancárias e fiscais, pode ser condenado a una pena mais grave do que a esperada, depois de que um juiz decidiu, na quarta-feira, que ele rompeu seu acordo com a investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a ingerência russa nas eleições de 2016.
Manafort, de 69 anos, que durante um breve período dirigiu a campanha de Trump, tinha se declarado culpado, entre outras acusações, de ter tentado ocultar contatos com o embaixador da Rússia em Washington antes da posse do republicano como presidente dos Estados Unidos.
Com essa declaração, que incluía a cooperação com o FBI, se garantia uma condenação de um máximo de 10 anos de prisão. Mas a equipe de Mueller, encarregado da investigação sobre um eventual conluio entre Moscou e a campanha de Trump em 2016, o acusou de ter mentido e por consequência violado o acordo.
Isso foi o que confirmou nesta quarta-feira um juiz federal, segundo o qual Manafort mentiu "intencionalmente" sobre seus contatos, em 2016 e 2017, com Konstantin Kilimnik, um ex-sócio vinculado aos serviços de inteligência russos.
Segundo a decisão, Manafort também mentiu sobre um dinheiro pago a um escritório de advogados.
Com esta decisão, a equipe de Mueller deixou de ser obrigada a respeitar o acordo alcançado com Manafort.
A violação do pacto poderia agravar a pena a que Manafort pode ser condenado em outro julgamento, por fraude bancária e fiscal, no qual ele já foi considerado culpado.